Dados recentes da Demografia Médica, divulgados em abril, mostram que, até o final de 2025, as mulheres representarão 50,9% dos 635 mil médicos em atividade no Brasil. Este é um marco histórico, pois é a primeira vez que as mulheres se tornam a maioria nesse setor.
Crescimento na Medicina
Nas últimas décadas, a presença feminina nos cursos de medicina cresceu exponencialmente. Em 2010, as mulheres representavam 41% dos alunos, e atualmente alcançam 61,8% entre os matriculados. Embora já sejam maioria nas salas de aula, sua presença se concentra em apenas 20 das 55 especialidades médicas reconhecidas.
Especialidades Médicas e Desigualdade Regional
A dermatologia lidera a lista, com 80,6% de profissionais mulheres. A pediatria também exibe forte presença feminina, com 76,8%. No entanto, especialidades como urologia e ortopedia ainda são dominadas por homens, com 96,5% e 92%, respectivamente.
Em dezembro de 2024, havia 353.287 médicos com título de especialista, representando 59,1% do total. Esse número, embora significativo, ainda é inferior à média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 62,9%.
Formação e Residência Médica
A expansão do número de cursos de medicina é notável. Entre 2004 e 2013, foram criados 92 cursos com 7.692 novas vagas. Entre 2014 e 2024, este número atingiu 225 cursos e 27.921 vagas. Apesar disso, apenas 8% dos médicos em atividade estavam em residência médica em 2024, sendo que muitos dos títulos (63,7%) foram adquiridos por meio dessa formação.
Distribuição Geográfica dos Médicos
A distribuição dos médicos pelo Brasil é desigual. Quarenta e oito cidades com mais de 500 mil habitantes concentram 31% da população e 58% dos profissionais. Em contraste, municípios com menos de 50 mil habitantes apresentam apenas 8% dos médicos. Projeções para 2035 indicam que o Distrito Federal terá 11,83 médicos por mil habitantes, enquanto o Maranhão deve registrar apenas 2,43.
Concentração de Especialistas
Os dados também revelam uma concentração geográfica dos especialistas. O Sudeste abriga 55,4% dos profissionais com especialização, ao passo que o Norte conta com apenas 5,9%. No Distrito Federal, 72,2% dos médicos são especialistas, destacando uma maior presença na rede privada.
Acesso a Cirurgias
Outra análise da Demografia Médica mostra que pacientes com plano de saúde têm mais acesso a cirurgias do que aqueles atendidos pelo SUS. Por exemplo, a taxa de cirurgia de apendicite é de 100 para cada 100 mil habitantes para pacientes com plano, em comparação a 74 dessa mesma amostragem atendida pelo SUS.
Falta de Dados sobre Diversidade
Entretanto, a avaliação demográfica não abordou as diferenças raciais ou de orientação sexual entre os médicos. Essa lacuna surge, pois as informações coletadas nos cadastros do Conselho Federal de Medicina (CFM) não incluem esses aspectos.
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