Uma equipe de cientistas da Universidade de East Anglia, em colaboração com instituições, como o Hospital San Juan de Dios na Espanha, desenvolveu um método inovador para calcular a idade “real” do coração. Esta abordagem utiliza imagens de ressonância magnética cardíaca para determinar como estilos de vida e condições de saúde podem acelerar o envelhecimento cardíaco. O estudo, publicado no European Heart Journal Open, revela que doenças como obesidade e fibrilação atrial podem fazer o coração envelhecer significativamente.
Como se determina a idade do coração?
O cálculo da idade funcional do coração utiliza uma equação baseada em dados das ressonâncias magnéticas. O método demonstrou que em pessoas saudáveis, a idade do coração coincide com a idade cronológica. No entanto, em indivíduos com hipertensão, diabete ou excesso de peso, o coração pode aparentar ser vários anos mais velho. Em casos graves, como na obesidade severa, o coração pode parecer até 45 anos mais velho.
O estudo envolveu 557 participantes do Reino Unido, Espanha e Singapura, permitindo uma comparação entre indivíduos saudáveis e aqueles com diversas afecções. Os resultados mostraram diferenças significativas na função cardíaca, destacando a importância de um estilo de vida saudável para manter a saúde do coração.
Impacto da obesidade e outras condições na idade do coração
A obesidade foi identificada como um fator crucial que contribui para o envelhecimento acelerado do coração. Participantes com índice de massa corporal elevado apresentaram maior idade funcional do coração em comparação com sua idade cronológica. Além disso, a fibrilação atrial foi associada ao aumento na idade funcional do coração.
Outras comorbidades, como a hipertensão, também podem elevar a idade funcional do coração, especialmente em determinadas faixas etárias. Esses achados ressaltam a necessidade de abordar essas condições para prevenir o declínio da saúde cardíaca.
Limitações e futuras aplicações do estudo
Apesar dos resultados promissores, o estudo apresenta limitações, como sua curta duração, que pode levar a um viés de sobrevivência na interpretação dos resultados em idosos. No entanto, essa abordagem inovadora oferece uma ferramenta valiosa para incentivar os pacientes a adotarem medidas preventivas, como controle do peso e da pressão arterial.
O acompanhamento longitudinal das mudanças na idade funcional do coração poderá ajudar médicos a ajustarem os planos de tratamento de forma mais eficaz, evitando danos irreversíveis. Esse método tem o potencial de mudar a forma como as doenças cardíacas são diagnosticadas e tratadas, melhorando assim a qualidade de vida de muitos.