Título: PSDB e Podemos avançam na fusão e miram fortalecimento para 2026
PSDB e Podemos estão prestes a oficializar uma fusão que deve resultar na criação de um novo partido, com presença significativa no Congresso Nacional e nas administrações municipais em todo o Brasil. O movimento ocorre após o anúncio da federação entre PP e União Brasil, que dará origem à maior bancada da Câmara dos Deputados.
Na terça-feira (29), a Executiva Nacional do PSDB aprovou a proposta de fusão e marcou uma convenção nacional para o dia 5 de junho, quando a decisão será referendada por toda a base tucana. O Podemos, por sua vez, também deverá realizar uma convenção no início de junho para ratificar a união, decisão que já conta com o aval da cúpula do partido.
Diferentemente de uma federação partidária — que une siglas por no mínimo quatro anos, mas permite separações futuras —, a fusão representa uma incorporação definitiva. Com isso, PSDB e Podemos deixarão de existir como entidades independentes, formando uma nova legenda com estatuto, diretório, nome, número e CNPJ próprios. O nome provisório da nova sigla é “PSDB+Podemos”, mas tanto o nome quanto o número serão definidos nas convenções nacionais.
Caso todos os parlamentares permaneçam, a nova legenda começará sua trajetória com 28 deputados federais (a sétima maior bancada da Câmara) e sete senadores. A nível municipal, contará com cerca de 400 prefeitos que administram uma população de aproximadamente 16 milhões de brasileiros. A deputada federal Renata Abreu, atual presidente do Podemos, é a favorita para liderar o novo partido nacionalmente.
No Espírito Santo, já está decidido que o deputado federal Gilson Daniel, hoje presidente estadual do Podemos, comandará o novo partido. A escolha segue a regra de dar prioridade ao grupo com representação federal — no caso, o Podemos, que tem dois deputados federais (Gilson Daniel e Victor Linhalis), enquanto o PSDB não tem nenhum. O deputado Vandinho Leite, atual presidente estadual do PSDB, confirmou a liderança de Gilson, mas ressaltou que a condução será feita de forma compartilhada.
“Vamos trabalhar unidos e de forma compartilhada”, afirmou Vandinho. Gilson, por sua vez, destacou a importância do colega tucano no processo de transição: “Vandinho é um amigo, um parceiro e uma das lideranças mais preparadas do Espírito Santo. Sua contribuição foi fundamental para que essa transição ocorresse com serenidade e visão de futuro”.
A nova sigla no Estado contará com: 1 senador; 2 deputados federais; 4 deputados estaduais; 14 prefeitos; 18 vice-prefeitos; 180 vereadores.
Com esses números, o partido será a segunda maior força política municipal do Espírito Santo, atrás apenas do PSB, que elegeu 22 prefeitos, e terá a maior bancada de vereadores do Estado.
Tanto o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, quanto Renata Abreu, presidente do Podemos, defendem uma candidatura própria à Presidência da República nas eleições de 2026. A fusão visa justamente fortalecer o novo partido para esse desafio.
No Espírito Santo, Gilson Daniel planeja lançar uma chapa completa para os cargos de deputado estadual e federal, com o objetivo de reeleger os atuais parlamentares e ampliar a base. Após a fusão, a Executiva estadual definirá metas eleitorais específicas para o próximo ano.
Apesar da reconfiguração partidária, a aliança com o governador Renato Casagrande (PSB) será mantida. Também continua firme o apoio à pré-candidatura do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) ao governo estadual em 2026.