O empresário Daniel Pardim Tavares Lima foi preso nesta terça-feira, acusado de falso testemunho durante a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado. Durante os depoimentos, Pardim negou conhecer Adélia de Jesus Soares, sua sócia na Peach Blossom River, uma afirmação que foi contestada pelos parlamentares.
A relatora da CPI, Soraya Thronicke, solicitou a prisão em flagrante do empresário, que foi acatada pelo presidente da comissão, senador Dr. Hiran. Thronicke, ao anunciar a prisão, destacou a responsabilidade de verdadeiro testemunho, enfatizando a gravidade da situação.
O advogado de Pardim, Lucas Monteiro Faria, alegou abuso de autoridade e defendeu que o empresário não mentiu. Faria questionou: “Qual foi a mentira que ele pregou aqui? Não houve nenhuma mentira.” Essa defesa, no entanto, não foi suficiente para impedir a ação da CPI.
Após uma breve suspensão dos trabalhos, o presidente Dr. Hiran autorizou a polícia legislativa a proceder com a prisão, reforçando a seriedade das novas descobertas durante as audiências. Ele também mencionou a necessidade de conduzir a sócia de Pardim, Adélia de Jesus Soares, à força para que prestasse depoimento, já que não compareceu à convocação.
Em declarações posteriores à TV Senado, a relatora Thronicke ressaltou a obrigação de Pardim em dizer a verdade, afirmando que suas mentiras eram evidentes. “Imagine, ninguém constitui uma sociedade sem conhecer seus sócios”, comentou, revelando a percepção de que Pardim poderia ser um “laranja” em operações irregulares.
A CPI investiga a influência crescente dos jogos virtuais de apostas online nas finanças das famílias brasileiras, além de analisar possíveis vínculos entre as apostas e organizações criminosas, particularmente na questão de lavagem de dinheiro e o papel de influenciadores digitais na promoção dessas atividades.
A Peach Blossom River Technology, ligada à Payflow, atua no setor de pagamentos digitais e está sob investigação por suspeitas de atividades ilegais.