O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou a Lei 15.204/2025, que oficializa Lupicínio Rodrigues (1914-1974) e Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha (1897-1973), como símbolos máximos da música popular do país. A decisão, publicada no Diário Oficial da União em 12 de setembro, traz as assinaturas das ministras Margareth Menezes (Cultura) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania).
A proposta foi apresentada em 2019 pelo ex-senador Lasier Martins, do Rio Grande do Sul, e posteriormente ampliada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), que sugeriu a inclusão de Pixinguinha na honraria.
O poeta das desilusões amorosas
Nascido em Porto Alegre, Lupicínio Rodrigues se firmou como um dos compositores mais inventivos da MPB. Pioneiro do estilo conhecido como “dor-de-cotovelo”, deixou sambas-canção que retratam amores e decepções com grande intensidade.
Clássicos como “Nervos de Aço”, “Esses Moços”, “Loucura” e “Se Acaso Você Chegasse” continuam sendo interpretados por artistas de diferentes gerações, entre eles Dalva de Oliveira, Francisco Alves, Elza Soares, João Gilberto e Paulinho da Viola. Além da música, contribuiu ao esporte como autor do hino do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.
Faleceu em 1974, aos 59 anos, deixando cerca de 150 canções que permanecem na memória cultural brasileira.
O gênio do choro
Carioca de nascimento, Pixinguinha é reconhecido como o maior expoente do choro e uma das figuras mais importantes da música nacional. Multi-instrumentista, arranjador e maestro, projetou o gênero internacionalmente com o conjunto Oito Batutas, que fez sucesso em Paris nos anos 1920.
Obras como “Carinhoso”, “Rosa”, “Lamentos” e “Cochichando” tornaram-se ícones e estabeleceram padrões estéticos para a produção musical brasileira. Seu trabalho inovador influenciou diversas gerações e é celebrado anualmente no Dia Nacional do Choro, instituído em sua memória.
Embora tenha falecido em 1973, sua produção musical permanece como elemento essencial da identidade cultural do país.
Significado do título de patrono
Segundo a legislação brasileira, a designação de patrono pode ser atribuída postumamente a personalidades falecidas há, no mínimo, uma década, reconhecidas por contribuições extraordinárias em suas áreas de atuação.
A nova lei consolida Lupicínio Rodrigues e Pixinguinha como figuras centrais da música brasileira, representando, respectivamente, a expressão lírica das mágoas amorosas e a excelência técnica do choro.
Entre os nomes que já receberam essa honraria estão Machado de Assis (literatura), Paulo Freire (educação) e Ariano Suassuna (cultura popular). Assim, a medida não só presta tributo aos artistas como também eleva suas obras à condição de patrimônio cultural brasileiro.








