Nos Estados Unidos, membros da geração Z alinhados à extrema-direita passaram a mirar imigrantes com alta qualificação, em especial os portadores do visto H-1B. Instituído na década de 1990 pelo presidente George H. W. Bush, o programa concede 85 mil autorizações de trabalho por ano a profissionais estrangeiros altamente qualificados, com o objetivo de suprir demandas da economia norte-americana.
Críticas e percepção entre jovens americanos
Conforme a coluna de Juliano Barros no UOL, a iniciativa começou a ser encarada como uma ameaça por jovens americanos que, embora bem preparados academicamente, não conseguem acessar vagas de destaque em grandes empresas como Amazon, Google e Meta. A onda de críticas ao H-1B integra um movimento nacionalista fortalecido pela retórica de Donald Trump, que propõe limitar a imigração legal e controlar com mais rigor a entrada de imigrantes irregulares.
Influenciadores conservadores da geração Z alimentam essa postura ao defender que o país deveria concentrar esforços na criação de mais oportunidades para cidadãos norte-americanos, em vez de permitir que corporações do Vale do Silício contratem talentos estrangeiros. Eles interpretam a prática como uma estratégia das elites políticas e empresariais contra os jovens locais.
Declarações públicas e fortalecimento do movimento
O movimento ganhou força após uma fala de Trump à Fox News em novembro, na qual afirmou que os Estados Unidos precisavam atrair pessoas qualificadas, mas não poderiam simplesmente pegar desempregados e pedir para “construir mísseis”.
Assim, o tema dos vistos H-1B tornou-se central no discurso de Trump, alimentando a agenda “America First” e angariando apoio dentro do eleitorado conservador. A rejeição ao tipo de visto se intensificou também com a divulgação de dados do Departamento de Imigração dos EUA, que apontam que três em cada quatro vistos concedidos beneficiam cidadãos indianos, em sua maioria recrutados pela indústria de tecnologia.
O governo dos Estados Unidos também instituiu uma taxa de US$ 100 mil (R$ 546,7 mil) por ano para a contratação de novos trabalhadores estrangeiros, medida que provocou polêmica e foi interpretada por muitos como uma tentativa de proteger postos de trabalho para americanos.
O tom do debate se intensificou quando, em entrevista à Fox News, Nalin Haley, influenciador de 25 anos e descendente de imigrantes indianos, sugeriu que o governo Trump deveria vetar não apenas o programa H-1B, mas toda forma de imigração legal.
Haley defendeu punições a empresas que optam por contratar estrangeiros em vez de priorizar trabalhadores americanos. A afirmação rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais, especialmente em razão de sua origem indiana.






