A Bulgária apoiou uma proposta da União Europeia que prevê o fim das exportações de gás russo para o bloco até o final de 2027, afirmou o ministro da Energia búlgaro, Zhecho Stankov. Ele destacou que o país alinhará suas medidas à legislação e às políticas europeias, incluindo a eliminação gradual das importações de gás russo. Na prática, a iniciativa pode cortar o fornecimento por gasodutos de Moscou para a Hungria e para a Eslováquia. Como Estado‑membro da UE, a Bulgária diz que adequará suas ações à legislação comunitária e à proposta de transição até 2027, e espera‑se que, até 1º de janeiro de 2028, o consumo de gás russo na Europa seja totalmente eliminado.
Reações políticas e negociação
As declarações surgiram na esteira de observações do primeiro‑ministro búlgaro, Rosen Zhelyazkov, de que o governo apoia uma retirada escalonada, manifestada depois de um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, na Assembleia Geral das Nações Unidas. “Nós nos uniremos às decisões da UE de encerrar contratos para o uso ou trânsito de gás natural russo no curto prazo.” Em junho, a UE anunciou que barraria as importações de gás russo para o bloco, começando pelos contratos de curto prazo neste ano e eliminando progressivamente os acordos de longo prazo até o final de 2027. Países‑membros e o Parlamento Europeu conduzem negociações paralelas sobre a proposta.
A Bulgária mantém o último ponto de entrada para o fluxo de gás russo ao bloco através do gasoduto TurkStream, depois que a Ucrânia recusou, em janeiro, renovar o acordo de trânsito de gás. Outras rotas históricas de Moscou para a UE estão danificadas ou sujeitas a sanções. Embora essas declarações reafirmem a intenção búlgara de cumprir as normas da UE, é provável que gerem tensões com a Hungria e com a Eslováquia.
Impacto nas importações e alternativas
Hungria e Eslováquia dependem, em cerca de 70%, do fornecimento de gás russo e têm resistido às iniciativas de eliminação gradual, argumentando que a medida elevaria os preços devido às alternativas limitadas. Ambos os países, porém, podem recorrer a GNL desembarcado em portos da UE ou a volumes adicionais por gasodutos provenientes da Noruega. Nem a Hungria nem a Eslováquia dispõem de poder para vetar a proposta da UE, uma vez que a aprovação exige apenas maioria qualificada, ao contrário do que ocorre com sanções. “Há tempo suficiente para a transição dos contratos de longo prazo existentes”, disse Stankov, acrescentando que está consultando os países vizinhos sobre um novo esquema para organizar licitações regionais conjuntas de GNL dos Estados Unidos, com início previsto para o próximo ano.








