O comissário europeu de defesa, Andrius Kubilius, declarou em entrevista à CNBC dúvidas sobre a disposição do presidente russo Vladimir Putin em assinar um acordo que encerre a guerra na Ucrânia, afirmando que os esforços diplomáticos dos Estados Unidos e da União Europeia ainda não exerceram pressão suficiente sobre o Kremlin.
O cenário político e militar permanece tenso, exigindo medidas adicionais para tentar alterar a posição de Moscou.
Pressão sobre Putin
Kubilius observou que, em três anos de conflito, os gastos militares dos Estados Unidos e da União Europeia somaram cerca de 60 bilhões de euros cada, valor que corresponde a aproximadamente 0,1% do PIB de cada bloco, o que indica margem para ampliar o apoio à Ucrânia.
O comissário ressaltou que é possível intensificar tanto a pressão econômica quanto a assistência militar para impedir avanços russos, destacando a importância de manter o apoio no médio e no longo prazo.
Aumento dos gastos militares
O dirigente mencionou a meta da OTAN de elevar os investimentos em defesa para até 3,5% do PIB até 2035, lembrando que alguns países já alcançam níveis próximos a 5%, como os bálticos. Se a promessa for cumprida, a estimativa é de que os gastos acumulados da Europa no setor possam chegar a 6 trilhões de euros em dez anos.
Segundo Kubilius, o desafio será transformar esses compromissos em ações concretas e antecipar parte dos recursos, porque o que está previsto para 2035 pode chegar tarde diante das necessidades atuais.
Guerra eletrônica e segurança aérea
Na entrevista, o comissário comentou o episódio de interferência no GPS que afetou o avião da Comissão Europeia pouco antes do pouso na Bulgária, incidente atribuído à Rússia e identificado apenas após o desembarque.
Esse tipo de interferência tornou-se mais frequente, especialmente na região de Kaliningrado, onde Moscou instalou equipamentos para se proteger de ataques de drones ucranianos; consequentemente, aeronaves de diferentes países também acabam sendo afetadas.
Resposta europeia
Kubilius defendeu o fortalecimento rápido dos serviços europeus de posicionamento, como o sistema Galileo, para reduzir vulnerabilidades diante da guerra eletrônica e garantir a segurança da navegação e do espaço aéreo.
O comissário destacou que o conflito já alterou o cenário geopolítico europeu e que a resposta deve ser coletiva e de longo prazo, com ações rápidas e consistentes para proteger a Europa e a Ucrânia.








