BRUXELAS – Países europeus se uniram nesta sexta-feira, 11, para prometer um aporte significativo de US$ 24 bilhões em assistência militar à Ucrânia, com o objetivo de intensificar sua resistência contra a agressão russa. Nesse contexto, o enviado especial do governo Trump, Steve Witkoff, chegou a São Petersburgo para se encontrar com o presidente Vladimir Putin, buscando avançar nas negociações de um cessar-fogo que enfrenta obstáculos provenientes do Kremlin.
Compromissos de apoio militar
As discussões em Bruxelas alinham-se a uma crescente desconexão entre os Estados Unidos e a Europa, especialmente desde que Donald Trump reassumiu a Casa Branca e iniciou um diálogo direto com a Rússia. Durante uma reunião, Trump expressou esperança de que um acordo estivesse próximo, reiterando em redes sociais que a Rússia “precisa se mexer” para finalizar o conflito, o qual ele classificou como “terrível e sem sentido”.
Entretanto, líderes europeus mostraram ceticismo em relação ao comprometimento de Putin com a paz. O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, enfatizou que Moscou tem demonstrado poucos sinais de um verdadeiro interesse por negociações de paz. Ele reafirmou a intenção de fornecer suporte militar vital a Kiev, após um encontro com representantes de 50 países aliados da Ucrânia.
Apoio contínuo à Ucrânia
Pistorius declarou: “Dada a contínua agressão da Rússia contra a Ucrânia, devemos admitir que a paz na Ucrânia parece fora de alcance no futuro próximo. Garantiremos que a Ucrânia continue se beneficiando do nosso apoio militar conjunto.” Essa afirmação foi acompanhada do compromisso britânico de destinar 21 bilhões de euros (aproximadamente US$ 24 bilhões) para fortalecer as capacidades de defesa da Ucrânia, com foco em defesa aérea, drones e manutenção de equipamentos.
Os Estados Unidos, que historicamente lideraram os esforços de apoio à Ucrânia, diminuíram sua presença no grupo, participando da reunião apenas por meio de videoconferência, com o secretário de Defesa, Pete Hegseth. Hegseth indicou que as prioridades americanas mudaram e que os europeus precisariam assumir um papel mais ativo na segurança.
Uma nova tentativa de negociação
Em paralelo, Witkoff se reuniu com Putin pela terceira vez, em meio a um diálogo reestabelecido entre Moscou e Washington acerca do término do conflito. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, mencionou que o encontro pode não levar a resultados imediatos, mas destacou o andamento das iniciativas para “normalizar as relações”.
A iniciativa do governo Trump para um cessar-fogo de 30 dias representa um primeiro passo para um eventual acordo duradouro. Embora a Ucrânia tenha aceitado, Putin impôs novas condições, incluindo a remoção de sanções.
Desafios na busca pela paz
Os aliados europeus acusam a Rússia de atrasar as negociações de paz, levantando dúvidas sobre a verdadeira intenção de Putin, especialmente enquanto suas tropas demonstram vantagem no campo de batalha. Autoridades ucranianas e especialistas militares alertam que Moscou pode estar se preparando para uma nova ofensiva, visando aumentar a pressão sobre a Ucrânia antes das negociações.
Os Estados Unidos, por sua vez, reafirmaram seu compromisso de buscar um acordo, salientando que “nada pode ser discutido até que os tiros cessem”. Essa situação crítica levou o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, a renovar seus apelos por sistemas de defesa, especialmente após recentes ataques russos que provocaram a morte de civis.
Além disso, a Alemanha anunciou o envio de quatro sistemas IRIS-T e 30 mísseis para baterias Patriot, enquanto a Holanda se preparou para entregar um sistema de defesa aérea Hawkeye. O ministro da Defesa da Estônia, Hanno Pevkur, expressou que mudanças na dinâmica podem ocorrer até 9 de maio, data em que a Rússia celebra sua vitória na Segunda Guerra Mundial, indicando a urgência de fortalecer a capacidade defensiva da Ucrânia.