No próximo domingo celebraremos o Dia das Mães. Essa data começou a ser comemorada nos Estados Unidos, no início do século XX, graças à professora e ativista Anna Jarvis que liderou um movimento para homenagear sua mãe, Ann Reeves Jarvis, importante figura na luta por melhores condições de saúde para mulheres e crianças durante a Guerra Civil Americana.
No Brasil, a celebração começou após iniciativa da Associação Cristã de Moços do Rio Grande do Sul (ACM-RS). Em 12 de maio de 1918 o então secretário-geral da ACM-RS, Frank Long, comemorou a data pela primeira vez em nosso país. O dia das mães, no entanto, só se tornou parte do calendário nacional a partir de 1932, por meio de um decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas, que atendeu ao pedido das feministas da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino.
Como o objetivo deste dia é homenagear aquelas que cuidam de nós e dedicam boa parte de sua existência para nossa formação como seres humanos, vamos dedicar esse texto a mulheres que dedicaram suas vidas à música. Vamos começar por duas mulheres consideradas mães do rock.
O primeiro nome é o da grande mãe do Rock and Roll, Sister Rosetta Tharpe. Ela é conhecida por ter sido a responsável pela gravação da primeira música de Rock de todos os tempos. Trata-se da sua versão de “Strange Things Happening Every Day”, canção tradicional conhecida entre os negros que viviam nos Estados Unidos.
Sister Rosetta Tharpe-Strange Things Happening Every Day
Após o seu lançamento em 1945, a canção entrou para a história e inspirou artistas do porte de Little Richard, Chuck Berry, Carl Perkins e Elvis Presley. Além deles, artistas importantes das gerações seguintes também foram inspirados por Sister Rosetta Tharpe. Dentre eles podemos destacar nomes como Jeff Beck e Keith Richards.
Da mesma forma que nos Estados Unidos, o rock nacional começou por meio de uma mulher. Apesar de ser muito menos conhecida do que outros nomes do gênero no Brasil, Nora Ney também foi a primeira a gravar uma canção de rock and roll no Brasil.
O fato aconteceu em 1955, quando Nora Ney lançou sua versão do clássico internacional “Rock Around the Clock”, chamada por aqui de “Ronda das Horas”. Em seguida a cantora lançou faixas de sucesso como “Ninguém Me Ama”.
Ronda Das Horas (Rock Around The Clock)
Há os casos em que mães contribuíram para a formação de novas gerações de instrumentistas e cantores. É o caso de Joyce Moreno que homenageou suas filhas Clara e Ana com a canção “Clareana”. A música foi inscrita no Festival de Música Popular Brasileira da TV Globo no início da década de 1980 e, em seguida, fez parte do álbum “Feminina”.
Joyce – “Clareana” (clipe 1980)
Homenageada pela canção, Clara, nascida em 1971, se inspirou na carreira da mãe e decidiu pela carreira musical.
Todo Seu – Musical: Clara Moreno (01/07/15)
Rita Lee tinha 29 anos quando Beto Lee, seu primeiro filho, nasceu. Aos 10 anos, Beto Lee começou a tocar guitarra e, aos 15, montou sua primeira banda. Depois de algum tempo, passou a acompanhar sua mãe em seus shows e passou a ser convidado para participar em apresentações de grupos e artistas como Barão Vermelho, Capital Inicial, Andreas Kisser, Cachorro Grande, Wilson Sideral, Jota Quest, Liminha, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Velhas Virgens e Magazine. Atualmente, Beto Lee toca na banda Titãs.
Zizi Possi iniciou a sua história na música brasileira na década de 70, quando Roberto Menescal descobriu sua voz. Aos 28, ela deu à luz Luiza, que seguiu os passos da mãe e seguiu a carreira musical. Seu primeiro disco foi gravado em 2001.
Zizi Possi e Luiza Possi – João e Maria | Cantos & Contos II
Seja qual for a maneira como vamos passar o dia, o importante é lembrar que mãe não é só aquela que nutre e demonstra seu amor a suas crias. É principalmente quem inspira novos talentos em diversas áreas, inclusive na música.