Uma psiquiatra esclarece como certas práticas diárias podem contribuir para melhorar o equilíbrio emocional.
A campanha Setembro Amarelo, voltada à prevenção do suicídio, tem como objetivo ampliar a discussão sobre saúde mental, promovendo conversas sobre equilíbrio emocional, saúde psicológica e a importância do apoio coletivo.
Essa iniciativa reforça que procurar auxílio profissional não demonstra fraqueza, mas sim força de caráter. A proposta é incentivar a autoobservação e um olhar empático para o outro, destacando a importância de buscar atendimento especializado quando necessário.
Sintomas que demandam cuidado
De acordo com Milena Sabino Fonseca, psiquiatra responsável pelo Hospital São Luiz Jabaquara, é fundamental reconhecer os indícios de que o estado mental pode estar comprometido. “Frequentemente nossa rotina agitada nos impede de notar sinais que apontam para questões mais sérias, exigindo intervenção adequada”, explica a especialista.
A profissional enumera alguns aspectos que merecem atenção especial:
- Distúrbios no sono
- Cansaço excessivo
- Problemas de foco
- Falta de prazer em hobbies antes apreciados
- Irritação persistente
Autoconhecimento como ferramenta preventiva
Para a médica, conhecer a si mesmo vai além da introspecção e funciona como preservação da saúde mental. Ela sugere avaliar regularmente o estado emocional, registrar sentimentos e dialogar com pessoas próximas como estratégias eficazes para monitorar o bem‑estar psicológico.
Rotinas simples com grandes benefícios
Segundo a psiquiatra, a estabilidade emocional se constrói por meio de hábitos diários básicos: “Priorizar um descanso adequado, ter alimentação balanceada, praticar atividades físicas, dedicar tempo a interesses pessoais, manter relacionamentos saudáveis e estabelecer limites para evitar sobrecarga”.
Ela ressalta que não é preciso ser rígido com a rotina; pequenas ações consistentes já têm impacto positivo no equilíbrio mental.
Prestando apoio aos outros
Cuidar da saúde de quem está próximo é tão importante quanto zelar pela própria. Alterações sutis no comportamento podem revelar problemas emocionais em amigos ou familiares. Acolher e oferecer suporte demonstra solidariedade e mostra ao outro que não está sozinho.
“Isolamento social, expressão de desespero, declínio no rendimento ou comentários sobre se sentir inútil são possíveis alertas. Em situações mais graves, podem surgir menções diretas à ideação suicida. Esses indícios precisam ser levados a sério. Ouvir sem criticar e com compreensão é essencial para perceber quando alguém necessita de ajuda profissional”, orienta a especialista.
Necessidade de falar abertamente sobre saúde psicológica
Assim como a saúde física, a mental exige atenção contínua. O Setembro Amarelo funciona como um alerta coletivo sobre a importância de tratar o sofrimento psicológico sem preconceitos. Dialogar sobre o tema ajuda a reduzir estigmas e promove a cultura do cuidado emocional na sociedade.
“Apreciar detalhes do cotidiano, preservar laços afetivos, reconhecer fronteiras pessoais e buscar orientação profissional quando preciso são ações que transformam vidas. É crucial lembrar: procurar apoio não indica fragilidade, mas sim valentia”, conclui Milena Sabino Fonseca.
Por Samara Meni








