A sensação de vazio pode ser um travesseiro indesejado, sufocando a vivacidade da vida cotidiana. Para Corey Keyes, um sociólogo americano, essa apatia foi uma constante em sua juventude, culminando em diagnósticos de depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) na vida adulta. Sua jornada o levou a explorar as emoções humanas, reconhecendo que esse vazio, sentido por muitos, precisava ser nomeado.
O que é a apatia?
A apatia, conhecida pelo termo “entorpecimento” ou, em inglês, “languishing”, é um estado mental caracterizado pela falta de interesse e prazer na vida. Esse fenômeno pode preceder transtornos depressivos e ansiosos, tornando essencial o seu reconhecimento e o tratamento adequado. O livro “Entorpecidos: Como deixar a apatia para trás e voltar a se sentir vivo” oferece insights sobre como redescobrir o prazer de viver e se reconectar com o sentimento de florescimento.
A distinção entre apatia e depressão
Diferente da depressão, que é marcada por tristeza profunda e sintomas que prejudicam o funcionamento diário, a apatia se encontra em um espaço intermediário, onde não se experimenta a tristeza, mas também não se sente alegria ou propósito. Essa condição pode surgir em períodos de sobrecarga, onde as responsabilidades do dia a dia tomam conta, fazendo com que muitos negligenciem atividades que realmente conferem sentido à vida.
A necessidade de discussão
É fundamental que o tema da apatia seja mais discutido, e que haja profissionais capacitados para abordar essas questões. A utilização do Continuum de Saúde Mental, uma ferramenta que avalia o bem-estar psicológico, pode ajudar a identificar precocemente indivíduos que estão lutando contra esse vazio existencial. O tratamento adequado pode não apenas aliviar os sintomas, mas também prevenir o surgimento de quadros mais graves, como a depressão.
Cinco práticas para vencer a apatia
No livro, Keyes propõe cinco “vitaminas” que podem ajudar a superar a apatia: aprender, conectar, transcender, ajudar e brincar. Essas práticas são fundamentais para reatar um relacionamento saudável com aquilo que nos traz satisfação. Aprender algo novo, por exemplo, pode aumentar a confiança. Conectar-se com pessoas que nos fazem sentir bem é crucial, assim como encontrar significado em ajudar os outros. Engajar-se em atividades de diversão, sem preocupação excessiva com resultados, também é uma maneira poderosa de ressuscitar a alegria de viver.
Ao reconhecer e abordar essa apatia, é possível reverter o quadro e voltar a experimentar uma vida plena e cheia de significados.









