O Vasco da Gama alcançou a final da Copa do Brasil e um ex-integrante afastado do elenco atual voltou ao centro das discussões. Em matéria do jornal francês L’Équipe, Dimitri Payet é apresentado como símbolo de uma ironia do futebol; a reportagem destaca que, aos 38 anos, ele deixou justamente o clube que pode lhe proporcionar o primeiro grande título da carreira.
Dimitri Payet vestiu a camisa do Vasco entre agosto de 2023 e junho de 2025, período mais marcado por expectativas do que por resultados relevantes. Contratado com status de estrela, o meio-campista teve participação restrita na campanha do clube na Copa do Brasil, atuando apenas nas duas fases iniciais, contra União Rondonópolis e Nova Iguaçu.
No confronto com a equipe do Mato Grosso, Payet entrou no lugar de Philippe Coutinho aos 77 minutos e jogou apenas 13 minutos em Cariacica, no Espírito Santo. Contra o Nova Iguaçu, no Estádio Nilton Santos, substituiu Pablo Vegetti aos 70 minutos; ao todo, somou apenas 33 minutos em campo pela Copa do Brasil.
Mesmo com tempo de jogo reduzido, essa participação inicial seria suficiente para registrá-lo oficialmente no quadro de campeões do torneio caso o Vasco conquiste o título. O ponto salientado pelo L’Équipe é que o francês não integra mais o clube há seis meses, o que torna o eventual troféu ainda mais simbólico e contraditório.
Ao deixar o Vasco, Payet afirmou que sua alma agora também é carioca
A passagem de Payet pelo futebol brasileiro foi marcada por oscilações de desempenho e por controvérsias fora das quatro linhas. O jogador deixou o Vasco depois de se tornar alvo de uma denúncia que resultou em indiciamento por violência física e psicológica, acusação feita por uma ex-companheira, situação que acelerou o fim do vínculo.
Dentro de campo, o francês alternou bons momentos com longos períodos de rendimento mais baixo, enfrentando problemas físicos, dificuldade de adaptação ao ritmo do futebol brasileiro e questionamentos sobre a relação custo-benefício. Ainda assim, manteve o apoio de parte da torcida.
O contraste chama atenção porque Payet construiu carreira de peso na Europa, mas sem títulos de grande expressão. O acúmulo de finais perdidas, vice-campeonatos e eliminações decisivas por clubes e pela seleção francesa o fez associar-se a campanhas interrompidas nos momentos finais.
Agora, enquanto o Vasco enfrenta o Corinthians em busca do primeiro título nacional desde 2011, Payet acompanha a disputa à distância. Segundo o L’Équipe, fica a sensação de que o francês se afastou cedo demais do único clube que ainda poderia, mesmo tardiamente, mudar seu histórico de conquistas.






