Nove em cada dez estudantes LGBTI+ relataram ter sido vítimas de agressão verbal em ambientes escolares. Essa preocupante estatística foi apresentada na Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro, realizada pela Aliança Nacional LGBTI+ em parceria com o Instituto Unibanco.
Impacto do bullying nas escolas
Os dados revelam que o bullying homofóbico, caracterizado pela intimidação sistemática através de violência física ou simbólica, está amplamente presente nas escolas brasileiras. Toni Reis, diretor presidente da Aliança Nacional LGBTI+, destacou a necessidade de políticas públicas que promovam convivência harmoniosa e inclusiva.
Insegurança dos estudantes
A pesquisa mostra que 86% dos estudantes se sentem inseguros na escola. Esse número sobe para 93% entre estudantes trans e travestis. Além disso, a maioria dos alunos LGBTI+ acredita que as instituições não oferecem um ambiente seguro, colocando em evidência a urgência de ações educativas e de acolhimento.
Formas de violência
Além da agressão verbal, 34% dos estudantes LGBTI+ relataram ter enfrentado violência física, com expressão de gênero e aparência sendo os principais gatilhos. As estatísticas mostram que a violência é mais prevalente entre estudantes trans e travestis, que enfrentam um risco significativamente maior em relação aos seus colegas cisgêneros.
A resposta das escolas
Após sofrerem agressões, apenas 31% dos estudantes LGBTI+ buscaram apoio nas escolas. Desses, 69% alegaram que nenhuma ação foi tomada. Entre os que receberam alguma resposta, 86% avaliaram as medidas como ineficazes, evidenciando a necessidade de um sistema de apoio mais robusto e efetivo.
Saúde mental e evasão escolar
O ambiente hostil nas escolas contribui para problemas de saúde mental entre estudantes LGBTI+. A pesquisa aponta que 94% se sentiram deprimidos recentemente. Além disso, o risco de evasão escolar é alto, com 47% dos estudantes LGBTI+ faltando à escola por insegurança.
Políticas públicas e sugestões
Para mitigar esses problemas, a pesquisa recomenda a implementação de políticas públicas que incluam temas como respeito e convivência democrática nos currículos escolares. A formação contínua de professores em direitos humanos e a adoção do nome social também são essenciais para construir um ambiente educacional seguro e acolhedor.
O estudo é um importante passo para entender e combater a discriminação nas escolas, destacando a necessidade de ação imediata para garantir um ambiente de aprendizado seguro e inclusivo para todos os estudantes, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.