O Ministério do Planejamento divulgou um relatório destacando que o Bolsa Família pode estar contribuindo para a informalidade no mercado de trabalho entre seus beneficiários. Este documento será compartilhado com o Ministério de Desenvolvimento Social para que sejam avaliadas as atuais regras do programa.
A análise aponta que a regra de proteção do Bolsa Família, que permite que famílias com renda per capita ligeiramente acima do limite de elegibilidade continuem a receber metade do benefício por até dois anos, pode não oferecer incentivos suficientes para a formalização do emprego. Embora o programa tenha sido essencial na redução da pobreza e da desigualdade de renda no Brasil, a avaliação sugere que ele pode incitar comportamentos informais entre os assistidos.
Reavaliação das Regras
O objetivo da entrega das conclusões ao Ministério do Desenvolvimento Social é o de rever os critérios do Bolsa Família para que o programa promova a inclusão produtiva, em vez de servir como um obstáculo à inserção no mercado de trabalho formal. A informalidade atinge 39% da população ocupada no Brasil, conforme dados do IBGE.
Dados do Programa
Atualmente, o Bolsa Família atende quase 54 milhões de pessoas, representando cerca de 25% da população brasileira, com um custo total de R$168,3 bilhões em 2024. O benefício mínimo mensal é de R$600, podendo aumentar de acordo com a presença de gestantes, lactantes, crianças e adolescentes no núcleo familiar. O valor médio recebido é de R$668,73, enquanto o salário mínimo é de R$1.518.
Desafios Fiscais e Sustentabilidade
O relatório também menciona os desafios fiscais enfrentados pelo Brasil, que demandam medidas de ajuste priorizando eficiência, equidade e sustentabilidade ambiental. O governo tem sido instado a implementar reformas que assegurem a sustentabilidade do arcabouço fiscal e da dívida pública, embora até agora tenham sido realizadas apenas reavaliações nas políticas públicas em vigor.
Análise de Ações Governamentais
Na análise atual das ações do governo, o Ministério do Planejamento priorizou o exame de programas como o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, o Serviço de Reabilitação Profissional e a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. A pasta também registrou uma economia de R$2,6 bilhões com a reavaliação de benefícios do INSS por incapacidade temporária e planeja economizar R$8,9 bilhões em 2026 com revisões de gastos em diversos benefícios e programas sociais.