O índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos apresentou uma queda de 5,4 pontos em janeiro, alcançando 104,1 pontos, considerando uma base de 100 para o ano de 1985. A revisão do índice de dezembro aponta uma leitura de 109,5 pontos, evidenciando uma descida de 3,3 pontos em relação a novembro. Esse é o segundo mês consecutivo de declínio na confiança do consumidor, impulsionado principalmente pela deterioração nas avaliações das condições econômicas atuais e futuras.
Análise dos índices de confiança
O Present Situation Index, que reflete a percepção dos consumidores sobre as condições atuais do mercado de trabalho e dos negócios, registrou uma queda significativa de 9,7 pontos, chegando a 134,3. Já o Expectations Index, que mede as expectativas em relação à renda, negócios e emprego a curto prazo, recuou 2,6 pontos, alcançando 83,9, embora ainda se mantenha acima do nível de 80, considerado um indicativo de recessão iminente.
A economista-chefe do Conference Board, Dana M. Peterson, destacou que, mesmo com essa recente deterioração, a confiança dos consumidores permanece em um intervalo relativamente estável desde 2022. Ela observou uma queda nas avaliações dos consumidores sobre o mercado de trabalho pela primeira vez desde setembro, além do enfraquecimento nas percepções sobre as condições de negócios também pelo segundo mês seguido.
Impactos por faixa etária e renda
O declínio da confiança foi mais pronunciado entre consumidores com menos de 55 anos, enquanto aqueles acima dessa faixa etária mostraram um leve aumento no otimismo. Entre as diferentes faixas de renda, as famílias que ganham mais de US$ 125 mil anuais enfrentaram a maior queda no índice de confiança. Em contrapartida, as famílias com renda abaixo de US$ 75 mil relataram um aumento nesse indicador.
Aspectos positivos e inflação persistente
Apesar do cenário de diminuição da confiança, existem aspectos positivos a serem destacados. As expectativas financeiras das famílias para os próximos seis meses atingiram um novo recorde, e a proporção de consumidores que antecipam recessão está em níveis historicamente baixos. Além disso, 52,9% dos entrevistados acreditam em um aumento nos preços das ações nos próximos 12 meses.
Entretanto, a expectativa média de inflação para os próximos 12 meses subiu de 5,1% para 5,3% em janeiro, o que indica uma percepção de inflação mais persistente. A maioria dos entrevistados (51,4%) espera um aumento nas taxas de juros até o final de 2025, enquanto a proporção que antecipa uma redução diminuiu de 28,5% para 23,9%.
Intenções de compra e hábitos de consumo
Os planos de compra para imóveis e veículos se mantiveram estáveis em uma média móvel de seis meses. Contudo, a intenção de adquirir itens de alto valor, como eletrodomésticos, apresentou uma leve diminuição. Por outro lado, houve uma intenção crescente de gastos em serviços, como refeições fora de casa e assinaturas de streaming, mesmo que os planos de viagens estejam mostrando uma tendência de queda para o início de 2025.
Diante de um mercado de trabalho menos favorável e um aumento da cautela em relação aos negócios, os dados sugerem que os consumidores americanos estão adotando uma postura mais cautelosa. No entanto, alguns indicadores, como a saúde financeira das famílias e o otimismo com o mercado de ações, permanecem resilientes, evidenciando que a preocupação não impede um certo nível de confiança nas finanças pessoais.