A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta sexta-feira, 14, que o governo está comprometido com uma política econômica que promova a estabilização da dívida pública, ciente que o investimento no social e a responsabilidade fiscal andam juntos.
Em evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo, ela acrescentou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabe que não é possível gastar mais do que arrecada, bem como também não é possível conviver com dois ou três anos de déficit primário.
Ela afirmou ainda que não faz parte dos planos do governo promover aumentos de impostos para realizar os investimentos previstos dentro da política pública, em especial nas áreas de educação e saúde.
O aumento da arrecadação se dará por meio de reonerações, revertendo medidas adotadas nos últimos anos, como no caso dos combustíveis, disse Tebet.
“Há harmonia na equipe econômica, embora pensamos diferentes”, disse ela. Segundo a ministra, embora ela seja mais liberal e “eles, um pouco mais heterodoxos”, todos tem compromisso social. “Sabemos que não fazemos social sem responsabilidade fiscal”, afirmou Tebet, ao elogiar o arcabouço fiscal —regras apresentadas pela Fazenda no final do mês passado, que visam equilibrar as contas públicas e evitar um crescimento da dívida em proporção do PIB.
Tebet afirmou ainda que, mesmo com as restrições impostas pelo arcabouço, será possível cumprir a agenda social pretendida pelo governo, sem comprometimento das contas públicas.
A ministra afirmou ainda que o PPA (Plano Plurianual) será tornado público na semana que vem, com uma agenda prevista para maio e junho do governo percorrendo todas as capitais do país para discutir e ouvir sugestões a respeito do plano.
Tebet afirmou também que os primeiros 100 dias do governo “não foram fáceis” por conta dos limites no orçamento para atender todas as demandas, com a necessidade de “trocar os pneus com o carro em movimento.”