Cazaquistão se abre ao mundo para diversificar economia
Arquitetura ousada em novas construções, diversidade étnica, tolerância religiosa e protagonismo de jovens. As impressões vistas em dois dias na região do centro político e econômico de Astana, capital do Cazaquistão, estão em sintonia com a proposta de modernização da ex-república socialista soviética.
Vizinho de gigantes como Rússia e China, o país da Ásia Central, extenso territorialmente mas com “apenas” 21 milhões de habitantes, também sustenta uma relação pacífica com outras nações.Dono de imensas reservas de riquezas naturais, o Cazaquistão, nação independente há 31 anos, busca agora ir além da exportação de petróleo e gás e produção de urânio, diversificando sua economia. Neste cenário, o investimento estrangeiro tem papel fundamental e o país aposta na atração de empresas globais, com oferta de estabilidade, segurança jurídica, incentivos fiscais e desburocratização.
No segundo dia da missão de empresários gaúchos ao Cazaquistão, nesta quarta-feira, a comitiva – além de uma agenda de prospecção de negócios, preparatória à 2ª Reunião do Comitê Empresarial Brasil-Cazaquistão – teve a oportunidade de conhecer iniciativas do país para o desenvolvimento econômico e a atração de investimentos.O destaque foi a visita ao Centro Financeiro Internacional de Astana (AIFC na sigla em inglês), um complexo instalado nos prédios construídos para a Expo Astana de 2017. A arquitetura do espaço, por si só, é uma atração turística. Mas o que chama a atenção é a organização e o investimento feito pelo governo nesta estrutura, inspirada em modelos implementados em Nova York, Dubai, Hong Kong e Cingapura, segundo o site oficial da instituição.
A proposta principal é diversificar a economia do país, que destaca sua localização estratégica na chamada “Eurásia Central”. Em cinco anos de operação, já foram atraídas 70 empresas do mercado financeiro de 50 países, com destaque para China, Rússia e Estados Unidos.
Um dos atrativos é a solução para toda a burocracia em apenas “uma janela” (single window), isto é, o investidor encaminha desde questões de licenciamento até o visto para familiares em apenas uma agenda de uma estrutura.
A possibilidade de usar um centro independente de arbitragem internacional, que não está subordinado nem à suprema corte do Cazaquistão, é outro ativo do país, segundo as autoridades locais.
Elas ainda ressaltam que, para dar segurança ao investidor, não faz restrição ou impõe obstáculos à remessa de lucros ao país de origem da empresa investidora.