Importante aliado no desenvolvimento econômico, o setor industrial é o que tem maior capacidade para dinamizar a economia e multiplicar riquezas. A cada R$ 1 produzido na indústria de transformação, são gerados R$ 2,43 na economia como um todo. Na agricultura, por exemplo, é gerado R$ 1,75 e nos setores de comércio e serviços, R$ 1,49.
Para o superintendente de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, o setor é o que mais tem poder de arrastar toda a economia. “Quando cresce, a indústria gera empregos nos demais setores, por ter uma cadeia produtiva longa. Além isso, é um importante indutor de inovação”, afirma Fonseca. A estimativa é que cerca de dois terços dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) vêm do setor industrial.
Vale destacar que a alta produtividade e a produção em larga escala da agropecuária nacional, por exemplo, devem-se, em grande medida, aos insumos fornecidos pelo setor industrial, que gera cerca de 10 milhões de postos de trabalho, o equivalente a 20% dos empregos formais do País. “De modo geral, o emprego na indústria é mais qualificado e, por isso, garante uma remuneração melhor”, diz Fonseca.
Nos últimos anos, porém, a indústria perdeu espaço na economia nacional. A maior parte da demanda nova acabou sendo atendida por importações. “Temos uma grande oportunidade, com o mercado não atendido ou atendido com importações, mas a indústria precisa melhorar sua competitividade e faz isso com inovação, simplificando a vida do setor industrial, reforma tributária, digitalização e criando incentivos para a descarbonização”, exemplifica Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho de Administração do Grupo Ultra/Ultrapar e líder da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI).
Para Renato da Fonseca, não ter indústria forte é condenar o País à pobreza, especialmente em uma nação com mais de 200 milhões de habitantes. “Os Estados Unidos, por exemplo, têm feito investimento pesado para reforçar sua indústria de semicondutores. O Brasil quer gerar desenvolvimento e crescimento sustentável, mas para isso precisa que cresça, pelo menos, 3% ao ano.”