domingo, 8 de dezembro de 2024

Especialistas falam sobre cenário econômico que Haddad deverá encontrar em 2023

Ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad foi anunciado na última sexta-feira (9) como ministro da Fazenda do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Haddad deve enfrentar um cenário desfavorável, já que as perspectivas para 2023 apontam para um crescimento menor e inflação alta, e segundo especialista, ainda há preocupações quanto a um possível descontrole das contas públicas.

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O sucessor do ministro Paulo Guedes (Economia) não agrada à parte do empresariado e do mercado, mas é um dos nomes de confiança de Lula. Essa resistência foi reduzida à medida que agentes econômicos viram sinalizações positivas de Haddad.

Expectativa de “PIBinho”

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Depois de registrar alta de 5% em 2021, recuperando-se das perdas do ano anterior (-3,3%), o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deve crescer menos (3,05%) em 2022 e ficar praticamente estagnado (0,75%) em 2023, segundo o último Boletim Focus, que traz expectativas do mercado para a economia brasileira.

Contas públicas bagunçadas

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição, aprovada na quarta (7) pelo Senado, abre um espaço de R$ 145 bilhões dentro do teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil (futuro Bolsa Família). Com a ausência de uma regra fiscal que limite essas despesas para os próximos anos, esse aumento significativo pode ser um problema para as contas públicas, dizem economistas.

Inflação acima da meta

A inflação acumulada em 2022 deve ser menor do que a registrada em 2021. No ano passado, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fechou em 10,06%, enquanto o acumulado dos últimos 12 meses está em 5,90%.

A projeção do último Focus é de que a inflação suba 5,92% neste ano – patamar acima da meta definida pelo governo, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (isto é, podendo variar entre 2% e 5%).

Juros altos

Ao longo do governo de Jair Bolsonaro (PL), a taxa Selic foi de 6,5% ao ano em janeiro de 2019 para 13,75% agora, o que coloca o Brasil como o país com o maior juro real do mundo (calculado pela diferença entre a Selic e a inflação), à frente de países como México, Rússia e Argentina.

Na quarta (7), após sua última reunião no ano, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reforçou a preocupação quanto à trajetória da inflação, que “continua elevada”. “A possibilidade de aumento de gastos de forma permanente leva à perspectiva de mais inflação, o que traria um impacto sobre os juros, que teriam que ser elevados. Isso resultaria em menor dinamismo da atividade econômica”, disse o economista-chefe do Banco Modal, Felipe Sichel.

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Redação
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Equipe de jornalismo

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