A mão que segura a arma é a mesma que segura o filho no colo. É a mesma que ajeita o colete antes do serviço e faz o sinal da cruz antes de sair de casa. Por trás do semblante firme, há uma rotina feita de escolhas diárias entre o dever e a vida pessoal.
Essa mão também cumprimenta com respeito, acolhe vítimas, ampara quem perdeu tudo e escreve relatórios quando a cidade já dorme. Cada ação, cada decisão, carrega o peso da responsabilidade de quem precisa manter a calma enquanto o mundo desaba ao redor.
A arma, por si só, não define o policial — ela simboliza a responsabilidade que ele assume ao vestir a farda. Mais do que poder, representa o dever de agir quando todos se afastam, de proteger mesmo sem saber o que o espera à frente.
Há dias em que o policial espera apenas chegar em casa para jantar com a família. Mas o chamado do rádio não tem hora marcada. Em ocorrências contínuas, ele permanece em serviço muito além do previsto, sem receber hora extra. Hoje o policial conduz o suspeito até a delegacia e lá espera uma videoconferência para passar detalhes da ocorrência para o Delegado de plantão. E isso demora, a burocracia por trás a ocorrência policial as vezes leva horas. Porém, faz parte da rotina.
Chega em casa cansado, exausto, mas com o sorriso de quem cumpriu a missão e garantiu que outros pudessem descansar em paz.
Por trás da arma, há um ser humano. E por trás da farda, há alguém que, mesmo cansado, ainda acredita que vale a pena servir e proteger.









