O campeão olímpico de vôlei, Bruno Rezende, mais conhecido como Bruninho, lançou sua biografia na noite desta quarta-feira (20), em Florianópolis. No evento, o levantador destacou a importância da capital catarinense em sua carreira, principalmente no início.
Filho do técnico Bernardinho com a ex-jogadora Vera Mossa, o atleta produziu a obra “Entre Sombras e Vitórias” em parceria com os jornalistas italianos Davide Romani e Gian Paolo Maini. Aos 39 anos, o ex-capitão da Seleção Brasileira e jogador do Vôlei Renata construiu uma carreira sólida no Brasil e no mundo, com 13 anos no vôlei europeu.
Lançamento em Florianópolis
Durante o evento de lançamento, a lenda do vôlei brasileiro fez um bate-papo com o público e uma sessão de autógrafos. Bruninho frisou a importância de lançar o livro na capital catarinense, por ter sido um local importante para sua carreira, onde ele começou.
— Era fundamental fazer um dos lançamentos aqui, poder voltar, pois fiz muitas amizades. Eu amadureci em Florianópolis, me tornei homem, e as minhas primeiras conquistas foram aqui — afirmou Bruninho.
Ao relembrar sua chegada, o jogador descreveu a sensação de voltar duas décadas depois.
— Quando cheguei hoje, veio um filme na minha cabeça. Eu morava com cinco atletas em um apartamento pequeno no Estreito. Agora volto lançando um livro, com tantas histórias, sucessos e decepções. O livro me trouxe isso: voltar às origens — disse o atleta.
Sobre o livro
Publicada pela editora Sextante, a obra revela os bastidores da vitoriosa carreira do atleta e os desafios que enfrentou. Nela, o ícone do vôlei brasileiro compartilha com os leitores as dificuldades e a desconfiança que marcaram o início da carreira, e como conseguiu superá-las para conquistar títulos históricos.
— O livro é um pouco sobre o que as frustrações e derrotas podem trazer, e como a gente se levanta a cada dia. O sucesso não está só nas vitórias, mas no equilíbrio e na serenidade mental — contou Bruninho.
A história começa com o vice-campeonato nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, que, segundo o atleta, foi “um dos momentos mais duros da carreira”. A obra explora como foi essa derrota do ponto de vista de Bruninho.
Além disso, aborda a pressão de carregar um sobrenome de peso, momentos difíceis que passou, suas dores e dúvidas. O atleta fez uma analogia ao título do livro e afirmou que sua “sombra” foi se tornar um atleta por ele mesmo e sair da expectativa que muitos tinham em cima dele.
A principal mensagem que Bruninho busca transmitir com a biografia é a importância do cuidado com a saúde mental. Ao compartilhar suas próprias experiências, o levantador mostra aos fãs como lidou com a pressão do alto rendimento.
— Todos temos desafios e obstáculos. Mais importante que títulos é viver o processo, dia a dia, com dedicação — finalizou.
Inspiração aos fãs
O lançamento em Florianópolis também revelou a dimensão da influência do levantador sobre diferentes gerações. A admiração vai desde os torcedores que descobriram o ídolo há pouco tempo até aqueles que acompanham sua carreira há mais de uma década e o viram brilhar nas quadras da capital catarinense.
Martina Sentous Schefflel, de 12 anos, começou a jogar vôlei inspirada em Bruninho, na mesma posição de levantadora. Seus pais, Juliana e Martin, conheceram o jogador por meio da filha e estão cada vez mais imersos no mundo do vôlei brasileiro.
— Eu também sinto muita pressão, porque é uma posição que precisa de leitura de jogo. Ele é uma inspiração para mim. Acho que a biografia vai me ajudar a me acalmar quando eu ficar nervosa — contou Martina.
Já Anne Almeida Benvindo dos Santos acompanha o atleta desde a adolescência, há mais de 14 anos. Ela e sua irmã praticavam vôlei e assistiam todos os jogos possíveis do esporte. Essa não foi a primeira vez que Anne conheceu Bruninho. Quando jovem, a ex-atleta conseguiu autógrafos e fotos com o jogador.
— Ele sempre conduziu muito bem a pressão que carrega. Sempre foi exemplo dentro e fora de quadra, sempre humilde. Quero muito ver no livro como ele lidou com os altos e baixos que às vezes a gente não percebe do lado de fora — comentou sobre a obra.
