4 de dezembro de 2025
quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Barco movido a hidrogênio verde é tema de debate sobre o turismo sustentável na Amazônia

Durante a COP30, realizada em Belém (PA), o JAC H1, primeiro barco-escola alimentado por hidrogênio verde no planeta, atracado na Estação das Docas, foi palco nesta segunda-feira (17.11) do Boat Talks: “O Futuro que Plantamos: Quando o Turismo Cresce com a Natureza”. O evento reuniu representantes do Ministério do Turismo, do Governo Federal e da ONU Turismo para debater sustentabilidade, comunidades tradicionais e o papel do Brasil na transição para uma economia de baixo carbono.

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Compareceram à atividade a secretária-executiva do Ministério do Turismo, Ana Carla Lopes; o nutricionista e especialista em sustentabilidade Daniel Cady; e o representante global da juventude na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Saikat Das, com moderação da jornalista Tainá Aires.

Ana Carla Lopes enfatizou que as políticas públicas voltadas ao turismo sustentável precisam surgir nos próprios territórios e incorporar, de forma concreta, povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outras comunidades tradicionais. “A política de turismo precisa nascer nos territórios. São as comunidades que vivem, protegem e preservam a floresta. Cada uma delas tem algo a ensinar”, afirmou, salientando o protagonismo local.

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A secretária-executiva apresentou programas do Ministério do Turismo, como o projeto Experiências do Brasil Original, que promove capacitação para que povos e comunidades tradicionais estruturem produtos, criem experiências e fortaleçam o turismo comunitário, ampliando oportunidades de geração de renda.

Ana Carla ressaltou o valor simbólico de debater os desafios climáticos a bordo de uma embarcação movida por energia limpa na própria Amazônia. “Não estamos em qualquer barco, estamos em um barco movido a hidrogênio debatendo sustentabilidade na Amazônia. Esse simbolismo ficará marcado na história”, pontuou, sublinhando o gesto simbólico.

Experiências

O especialista em sustentabilidade Daniel Cady relatou iniciativas de turismo regenerativo que utilizam abelhas nativas sem ferrão no litoral norte da Bahia e destacou como o contato com a natureza influencia diretamente a saúde humana. “O ser humano adoece quando se afasta da natureza. As pessoas buscam experiências que promovam pertencimento, silêncio e conexão”, observou, apontando a demanda por vivências de reconexão.

Durante a estadia na COP30, Cady também visitou comunidades ribeirinhas na Ilha do Combu, oportunidade em que reforçou a Amazônia como espaço de inspiração, cura e reaproximação com o meio natural.

Aproximação

O representante global da juventude na UNFCCC, Saikat Das, defendeu a necessidade de tornar a linguagem das políticas climáticas mais próxima da população. “Existe um abismo entre a linguagem dos formuladores de políticas e a linguagem da população. A comunicação climática precisa ser simples, objetiva e culturalmente acessível”, sustentou, ao destacar a importância da clareza.

Saikat lembrou que os jovens somam cerca de 1,8 bilhão de pessoas no mundo, mas permanecem sub-representados nos espaços decisórios; para ele, a educação sobre clima deve iniciar nas famílias e ser continuada nas escolas e nas comunidades.

Legado

Ao reforçar o protagonismo do Brasil no ecoturismo, Ana Carla Lopes apontou desdobramentos da COP30 para Belém, entre eles: a adoção de protocolos de lixo zero em equipamentos turísticos da cidade, como o Mercado Ver-o-Peso, a Estação das Docas e o Mercado de São Brás, em parceria com a Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

A secretária explicou que há ações de capacitação de trabalhadores desses locais para organizar a separação e o manejo adequado dos resíduos, com compromisso de manter o modelo de forma permanente, caracterizando um legado da conferência.

Ana Carla também citou avanços nas trilhas de grande percurso no país, destacando a Amazônia Atlântica, lançada pelo Ministério do Turismo durante a COP30, que interliga unidades de conservação e comunidades por mais de 450 quilômetros no Pará.

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