Sua entrada lembrou a de um lutador de boxe ao som do tema de “Rocky”. Contudo, um robô humanoide com inteligência artificial, apontado como um dos pioneiros na Rússia, caiu de frente durante a estreia muito aguardada em Moscou, na terça‑feira, depois de vacilar por instantes sobre o palco.
- Pesquisa: A maior parte das pessoas já não consegue distinguir músicas produzidas por inteligência artificial daquelas compostas por humanos.
- Computadores de fungo? Pesquisadores desenvolvem chips biodegradáveis feitos a partir de cogumelos shiitake.
Os organizadores prontamente retiraram a máquina, cobrindo‑a com uma cortina preta para ocultá‑la dos cerca de 50 jornalistas que se reuniram para a demonstração, numa estreia pouco promissora para a Rússia no competitivo cenário internacional de robôs humanoides com IA.
O robô antropomórfico, chamado Aidol, aparentemente perdeu o equilíbrio depois de acenar ao público e caiu poucos segundos depois, num tombo mais rápido que o de Ivan Drago, rival russo derrotado por Rocky Balboa em “Rocky IV”.
Dmitry Filonov, editor‑chefe da Edinorog Media, que cobria startups de tecnologia e estava na plateia, relatou ao jornal americano The New York Times que, no início, houve silêncio, e depois o público passou a aplaudir em sinal de apoio.
A empresa responsável pelo desenvolvimento do robô, também chamada Aidol, não respondeu de imediato a pedidos de comentário.
Jornalistas presentes no evento informaram que os organizadores atribuíam os problemas do robô a falhas de calibração e a questões envolvendo a iluminação.
Cybercab: o robotáxi da Tesla anunciado por Elon Musk
Veículo autônomo de visual futurista conta com dois lugares e amplo porta‑malas
Vladimir Vitukhin, diretor‑executivo da Aidol, disse à agência estatal Tass que o robô ainda está em fase de aprendizado.
Vitukhin afirmou esperar que o incidente se transforme em experiência útil para aprimorar o sistema.
No site do projeto, os desenvolvedores afirmaram que a máquina equipada com IA seria capaz de andar, manipular objetos e se comunicar com pessoas, atributos que a tornariam atraente para várias aplicações, como indústria automotiva, armazéns, medicina e entretenimento.
Dezenas de empresas, desde startups menos conhecidas até gigantes da tecnologia, planejam comercializar robôs humanoides para uso em residências e em atividades comerciais.
Em 2024, os investimentos em tecnologia humanoide ultrapassaram US$ 1,6 bilhão, montante que não inclui os bilhões aportados por Elon Musk e a Tesla no Optimus, um humanoide cuja produção teve início em 2021.
Filonov ressaltou que é frequente startups de robótica enfrentarem obstáculos no crescimento, citando a Boston Dynamics como exemplo: há alguns anos a empresa compilou uma série de falhas do robô Atlas que viralizou na internet.
Em um texto publicado em seu Substack antes do evento, Filonov havia afirmado que o Aidol já era esperado para apresentar dificuldades de mobilidade.
Ele observou que a maioria dos robôs humanoides não tem rosto, enquanto os desenvolvedores do Aidol disseram ter investido fortemente em modelagem facial e em tecnologia para reproduzir expressões humanas.
Filonov concluiu que o episódio provavelmente se tratou apenas de azar.








