A XPeng, companhia chinesa conhecida internacionalmente por seus automóveis elétricos e por soluções de mobilidade autônoma, ampliou sua atuação em robótica ao divulgar um novo vídeo do humanoide Iron.
O equipamento já havia sido exibido publicamente no início do mês, e o realismo da locomoção levou parte do público a suspeitar que os gestos não fossem inteiramente mecânicos. Para esclarecer a dúvida, a fabricante revelou imagens em que remove a carcaça e mostra a engenharia interna responsável pela suavidade dos movimentos.
Vídeo reacende as discussões
No conteúdo divulgado pela fabricante, o Iron aparece realizando uma sequência coreografada antes de ser parcialmente desmontado. A abertura expõe atuadores, servomotores e cabos dispostos em um arranjo que procura reproduzir a arquitetura do corpo humano. A narração fica a cargo do CEO He Xiaopeng, que explica como o robô aprendeu observando dançarinos humanos e assimilou a coreografia em poucas horas — um processo que antes demandava semanas de ajustes.
A XPeng esclarece que a aparência natural dos gestos decorre de uma estrutura interna descrita como uma coluna artificial. Esse mecanismo foi concebido para permitir amplas flexões do tronco e a manutenção do equilíbrio, mesmo com partes da carcaça removidas. O Iron possui 82 graus de liberdade e mãos com 22 articulações, indicadores do nível de precisão buscado no desenvolvimento.
Iron integra nova geração
O humanoide faz parte do conjunto de anúncios apresentados durante o XPENG AI Day, evento anual realizado em Guangzhou. Na ocasião, a empresa mostrou uma versão do Iron equipada com três chips Turing de inteligência artificial, totalizando 3.000 TOPS de capacidade computacional. O modelo também estreia baterias inteiramente em estado sólido, solução apontada pela XPeng como mais segura e eficiente para uso prolongado em robôs.
O projeto segue o conceito que a fabricante define como “nascido por dentro”, replicando estruturas corporais com músculos artificiais, pele flexível e sistemas biônicos. Segundo a empresa, essa abordagem permite que o robô execute tarefas com respostas mais naturais e maior precisão em ambientes dinâmicos, com foco em aplicações empresariais.
Componente da estratégia de IA física da XPeng
A apresentação do Iron ocorreu em um momento de avanço da XPeng em iniciativas que integram robótica, veículos autônomos e mobilidade aérea. Durante o evento, a companhia também revelou seu modelo de IA VLA 2.0, projetado para interpretar cenários físicos e gerar ações diretamente a partir de sinais visuais. A XPeng afirma ter desenvolvido um ecossistema completo que inclui chips próprios, modelos avançados e hardware integrado, base que sustenta tanto seus carros autônomos quanto os robôs humanoides.
A empresa mantém ainda uma fábrica dedicada ao processamento de dados e ao treinamento de modelos para robôs, infraestrutura que integra a estratégia de acelerar a produção em escala. A expectativa divulgada é que humanoides comecem a ser introduzidos em ambientes comerciais a partir de 2026.
Aplicações corporativas e testes iniciais
A XPeng informou que o Iron será inicialmente usado em funções de atendimento e suporte operacional. A Baosteel foi anunciada como uma das primeiras parceiras a receber o robô, que passará por testes em tarefas de inspeção e assistência em cenários industriais.
Desmontagem como reação às críticas
A publicação do vídeo com o robô aberto funciona como resposta direta ao impacto causado pela apresentação inicial do Iron. Ao exibir os componentes internos em operação, a fabricante busca detalhar a construção do humanoide e reforçar os avanços da nova geração, que deve evoluir conforme o plano de ampliar sua presença na robótica e na inteligência física.









