Em novembro, Lisboa volta a assumir o papel de centro global de tecnologia e inovação com o Web Summit, evidenciando o que o Brasil, e em especial o Espírito Santo, têm a oferecer e a absorver nesse dinâmico ambiente de negócios, networking e tendências digitais.
O encontro, que reúne investidores, líderes internacionais e visionários, confirma a Europa como destino estratégico para startups tecnológicas em busca de escala internacional. Portugal, com seu ecossistema em expansão, reafirma-se como uma das principais portas de entrada para o mercado europeu.
O Espírito Santo, tradicionalmente reconhecido pela eficiência industrial e pela capacidade logística, destaca-se também como um viveiro de inovação tecnológica. O setor de tecnologia da informação corresponde a cerca de 5% do PIB estadual, com mais de 2.500 empresas formais e mais de 20 mil profissionais qualificados, segundo o Observatório da Indústria da Findes.
Em municípios como Vitória, Serra e Vila Velha, iniciativas como Findeslab, StartupES e Tecnova fortalecem a ligação entre startups, indústrias e investidores, criando um ambiente propício ao surgimento de soluções disruptivas.
Oportunidades entre Portugal e o Espírito Santo
Esse panorama converge com o movimento liderado por Portugal na Europa. O país está entre os mais atraentes para startups no continente e oferece um conjunto robusto de incentivos à internacionalização, incluindo fundos europeus para pesquisa e desenvolvimento e programas de fomento à inovação tecnológica.
A sinergia entre as iniciativas do Espírito Santo e as demandas do mercado europeu abre um amplo leque de oportunidades em ambos os lados do Atlântico. Destacam-se automação industrial, inteligência artificial, cibersegurança e transformação digital, áreas que atraem investidores e empresas em busca de eficiência e competitividade global.
Startups capixabas já participam de missões comerciais e eventos estratégicos na Europa, o que indica que a internacionalização deixou de ser uma ambição distante e passou a integrar estratégias concretas de expansão no horizonte de médio prazo.
Desafios da internacionalização
No entanto, o caminho exige mais do que ideias inovadoras: a internacionalização demanda planejamento, estruturação jurídica e visão estratégica. Compreender as especificidades dos sistemas regulatórios, os modelos tributários e as formas de proteção da propriedade intelectual é imprescindível para assegurar segurança jurídica e sustentabilidade dos negócios. Nesse contexto, a inteligência empresarial torna-se aliada essencial ao cruzar dados, mapear atores e antecipar mudanças normativas, reduzindo riscos e ampliando as chances de sucesso nos investimentos.
Assim, a atuação jurídica ultrapassa o papel de mera conformidade e passa a funcionar como um vetor de desenvolvimento, promovendo confiança nas relações transnacionais e viabilizando a expansão estruturada das empresas.
Protagonismo e conexões
No Web Summit, os debates sobre o futuro da tecnologia também abordam as conexões entre países, ecossistemas e pessoas. É nessa interseção que o Espírito Santo pode assumir protagonismo, apoiado por um capital humano qualificado, soluções tecnológicas robustas e uma cultura empreendedora cada vez mais voltada à internacionalização.








