A Apple enfrenta problemas com o iPhone Air, lançado em setembro de 2025, cuja demanda ficou abaixo do esperado em mercados globais, inclusive na China. Fabricantes chinesas como Xiaomi, Oppo e Vivo, que planejavam aparelhos ultrafinos inspirados no modelo, optaram por suspender ou cancelar esses projetos diante do fraco interesse dos consumidores. O caso evidencia uma mudança nas prioridades do setor: reduzir a espessura não compensa as restrições em bateria e câmeras.
Relatórios de analistas indicam que a produção do iPhone Air foi reduzida em mais de 80% até o primeiro trimestre de 2026, com fornecedores como a Foxconn desativando linhas de montagem. Esse quadro impacta diretamente concorrentes, que veem o insucesso da Apple como um alerta sobre investimentos em designs semelhantes.
Com apenas 6,6 mm de espessura, o iPhone Air prometia inovação, mas suas vendas representaram menos de 10% das unidades do iPhone 17 nos Estados Unidos nas primeiras semanas. Pesquisas de mercado mostram que os consumidores priorizam autonomia e desempenho em vez do formato ultrafino.
Ajustes na cadeia de suprimentos da Apple
Fornecedores da Apple reduziram drasticamente a capacidade de fabricação do iPhone Air após o lançamento. A Foxconn, principal montadora, encerrou todas as linhas dedicadas ao modelo até o fim de outubro de 2025.
A Luxshare, outro parceiro relevante, interrompeu a montagem de componentes no mesmo período, e alguns itens de longo prazo foram cortados até dezembro. A medida visa ajustar estoques acumulados em lojas e distribuidores.
Essas ações ocorrem em meio a uma demanda que, segundo analistas da Mizuho Securities, caiu a níveis de fim de ciclo. A Apple concentra agora esforços em modelos como o iPhone 17 Pro, que apresentam vendas superiores às do Air.
Reações das marcas chinesas ao insucesso
A Xiaomi, que trabalhava em um “verdadeiro modelo Air” para concorrer diretamente, abandonou o projeto na fase de protótipos. A companhia realocou recursos para linhas principais, como a série Mi, priorizando baterias maiores.
A Vivo, por sua vez, descartou a incorporação de designs ultrafinos na linha intermediária S ainda em estágio de planejamento. A decisão evita despesas elevadas sem garantia de retorno no mercado.
- A Oppo congelou testes de chassis ultrafinos para aparelhos topo de linha e optou por ajustes em modelos já existentes.
- A Huawei, apesar do recente Mate 70 Air, acompanha o impacto e pode postergar expansões semelhantes.
- Outras, como a Tecno, suspenderam lançamentos previstos para 2026 após análise de dados globais.
Essas mudanças revelam uma postura mais cautelosa, com ênfase no equilíbrio entre design e funcionalidade.
Estratégias da Samsung e rivais globais
A Samsung, principal rival da Apple, cancelou o Galaxy S26 Edge apesar de já haver protótipos prontos para 2026. O antecessor, Galaxy S25 Edge, já vinha registrando vendas fracas no verão de 2025.
A decisão segue cortes na produção do S25 Edge, influenciados pelo mesmo padrão de rejeição a aparelhos ultrafinos. A sul-coreana volta a apostar no Galaxy S26 Plus, com design mais tradicional e custos menores.
Outras marcas asiáticas, como a Honor, interromperam inovações voltadas à redução de espessura e redirecionaram esforços para dobráveis. Levantamentos globais mostram que apenas 6% dos compradores colocam a finura acima de outros atributos.
Planos de redesign para o iPhone Air
A Apple adiou a segunda geração do iPhone Air para 2027, integrando-a ao ciclo do iPhone 18. O objetivo é responder a críticas recorrentes, como a bateria limitada e a configuração de câmera única.
Engenheiros pretendem incluir uma segunda lente traseira e melhorar a autonomia sem aumentar a espessura. O áudio estéreo também consta na lista de aprimoramentos para elevar a experiência do usuário.
Essas modificações buscam tornar o modelo uma opção viável, mas dependem das lições extraídas do lançamento inicial. Até lá, a empresa monitora tendências para evitar repetir os mesmos erros.
Lições do mercado para designs futuros
O caso do iPhone Air reforça que inovações radicais exigem um equilíbrio prático. Baterias de silício, testadas em aparelhos ultrafinos, não atenderam às demandas de uso intenso no dia a dia.
Fabricantes têm investido em híbridos, como dobráveis com espessura controlada. Pesquisas indicam preferência por dispositivos com ao menos 8 mm, garantindo maior durabilidade e recursos completos.
Nenhuma das empresas envolvidas divulgou comentários oficiais sobre os cancelamentos. O setor acompanha o desenrolar dos fatos, com expectativa de novos anúncios em feiras como a MWC 2026.









