A Motiva (antiga CCR) planeja destinar mais de R$ 1 bilhão a tecnologias, como inteligência artificial, para aprimorar sua eficiência operacional, informou Miguel Setas, CEO da empresa. Ele espera que a adoção dessas soluções impacte positivamente o desempenho do grupo entre 2030 e 2035, considerando o tempo necessário para testar as ferramentas.
Tecnologias em foco
“Buscamos a transição para a chamada infraestrutura inteligente. Haverá exemplos claros, como rodovias e ferrovias inteligentes. As seis tecnologias principais do plano são: inteligência artificial e GenAI; big data e análise de dados; sensores e IoT; robotização e automação; transição energética; e novos materiais”, explicou Setas durante o Capital Markets Day, evento anual que reúne analistas e investidores.
Segundo Setas, a próxima década deve marcar a expansão dessas tecnologias nas operações do grupo. “Estimamos um investimento superior a R$ 1 bilhão até 2035, equivalente a 0,5% da receita líquida média da operação, percentual alinhado com práticas internacionais”, afirmou.
Eficiência e metas
O executivo destacou que o objetivo do investimento em tecnologia é acelerar a eficiência da Motiva. “Inovação envolve riscos e acertos. Projetamos que os efeitos dessas tecnologias serão mais visíveis na segunda metade da década, entre 2030 e 2035.”
A companhia também revisou suas metas, buscando reduzir a relação entre despesas operacionais e receita líquida para abaixo de 38% ainda neste ano, antecipando o plano inicial de 2026. A expectativa é que esse índice fique abaixo de 30% em 2030 e abaixo de 28% em 2035.
Resultados financeiros
De acordo com Waldo Perez, vice-presidente de finanças, o custo de caixa caiu 1% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior. “Pode parecer pouco, mas, em termos reais e considerando a indexação pela inflação, essa redução equivale a R$ 200 milhões”, afirmou. Essa melhora permitiu que a Motiva atingisse um índice de 38% no semestre, aproximando-se da meta anual.
Projeções e projetos
A empresa manteve suas projeções de crescimento anual composto (CAGR) do Ebitda ajustado entre 8% e 10% até 2035, além da reciclagem de capital entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões no mesmo período. Outra mudança foi a revisão do estoque de projetos sob análise, que passou de R$ 190 bilhões para R$ 160 bilhões, com foco em rodovias (R$ 100 bilhões) e ferrovias (R$ 60 bilhões).
Expansão estratégica
Setas ressaltou o interesse em investir em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, especialmente em ativos premium. “Queremos um crescimento alinhado aos nossos objetivos: gerar valor e controlar riscos.”
No setor aeroportuário, a companhia trabalha para simplificar seu portfólio, incluindo a venda de 20 aeroportos — processo que já avançou para a segunda fase. “Isso permitirá uma gestão mais eficiente e focada”, concluiu o executivo.








