Tudo a respeito de Inteligência Artificial
A inteligência artificial deixou de ser apenas um recurso auxiliar e passou a atuar como parceira estratégica de organizações e profissionais. A difusão dos modelos generativos abriu esse caminho; atualmente, observa-se o avanço das IAs agênticas, plataformas que operam de modo autônomo, tomando decisões e executando ações em tempo real.
Mais do que ferramentas pontuais, esses agentes gerenciam processos completos, da interpretação de dados à decisão final, reduzindo custos, acelerando operações e aumentando a eficiência em diversos setores.
No setor financeiro, por exemplo, essas soluções já são usadas para processar enormes volumes de informação, identificar fraudes e antecipar riscos, protegendo investimentos e clientes. No varejo, atuam como gestores discretos de estoques, projetando picos de demanda, automatizando reposições e ajustando preços conforme padrões de consumo.
A importância desse movimento aparece também em projeções de mercado. De acordo com os relatórios “Emerging Tech: The Future of Agentic AI in Enterprise Applications” e “Emerging Tech: Maximize Opportunities While Managing Risks of Agentic AI on Enterprise Software”, ambos da Gartner, cerca de 30% da receita global de software empresarial poderá ser impulsionada pelas IAs agênticas até 2035, cifra que supera US$ 450 bilhões.
Empresas como academias do futuro
Essa transformação impõe um novo desafio: formar profissionais aptos a projetar, implementar e governar iniciativas de IA sólidas. Trata-se de tecnologia complexa, que exige competências muito além do conhecimento superficial.
Entender plenamente suas capacidades requer aprendizado contínuo, prático e orientado por aplicações reais. Nesse contexto, as organizações não devem se limitar a adotar ferramentas; precisam funcionar como verdadeiros centros de formação, capazes de cultivar talentos e sustentar a inovação.
Essa necessidade fica ainda mais evidente ao constatar que muitos profissionais falham ao enfrentar problemas sistêmicos por não saber aplicar determinados saberes no dia a dia. Em grande parte, isso ocorre porque ainda se apoiam sobretudo em aprendizado teórico ou autodidata, trajetórias que, embora válidas, não bastam diante da complexidade tecnológica atual.
O estudo “Work: In Progress – Descobertas de como a IA está transformando o Trabalho”, em que o Google entrevistou mais de 3,5 mil profissionais de setores diversos no Brasil e em outros países, mostra que 47% dos brasileiros procuram aprender sobre IA por meio da internet.
Esse formato de aprendizagem tem valor, mas não sustenta por si só todo o potencial das IAs agênticas. É preciso avançar, aplicando o conhecimento de forma crítica e contextualizada, ampliando o ensino para dimensões que vão além do técnico e dialogam com a realidade organizacional. Entre essas preocupações estão aspectos éticos, como a avaliação de sistemas enviesados, e de governança, como a atribuição de responsabilidades sobre decisões tomadas de forma autônoma por algoritmos.

O aprendizado de IA
As empresas precisam se tornar ambientes de aprendizagem dinâmicos. Isso envolve investir não só em cursos formais, mas também em programas contínuos de upskilling e reskilling, mentorias e experiências práticas em projetos de grande escala. Aprender em equipe, ao lado de colegas e profissionais experientes, é o caminho para converter conhecimento em habilidade aplicada.
Na era das IAs agênticas e das rápidas transformações, adquirir novas competências não é um ponto de chegada, e sim uma trajetória permanente para transformar inovação em vantagem competitiva duradoura. Cada novo aprendizado aplicado também representa uma oportunidade de gerar valor para o negócio.








