A data de 24 de outubro, Dia Mundial de Combate à Poliomielite, reforça a necessidade da imunização como forma eficaz de prevenção. Nos últimos anos, o Espírito Santo ampliou a cobertura vacinal do esquema primário em crianças, avanço comemorado por profissionais de saúde. No Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (HIMABA), em Vila Velha, o pediatra e coordenador assistencial Renan Barreto ressalta a importância da vacinação.
Segundo o especialista, a vacinação funciona como um “treinamento” para o organismo, permitindo que o sistema imunológico reconheça e combata o agente causador. “A cada dose adicional, aumenta a cobertura vacinal e, consequentemente, a proteção coletiva”, afirmou Barreto.
Conforme os registros do sistema Vacina e Confia, da Secretaria da Saúde (Sesa), a cobertura da vacina contra a poliomielite subiu de 77,93% em 2021 para 93,65% em 2024. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde para esse imunizante é de 95%. O último caso de infecção pelo poliovírus no Brasil foi registrado em 1989, enquanto no Espírito Santo a ocorrência mais recente data de 1987.
O médico observa que, na rotina corrida e diante das múltiplas responsabilidades dos pais e responsáveis, muitos deixam de lado a responsabilidade de manter as vacinas em dia. Ele também aponta que a aparente ausência da poliomielite gera uma falsa sensação de segurança e alerta para esse risco.
“Parece que a doença deixou de existir. Na verdade, é o contrário: o vírus não circula porque a população está imunizada. Se interrompermos a vacinação, ele pode voltar a circular”, lembrou Barreto.
Mudança no esquema de imunização
No último ano, o protocolo de vacinação contra a pólio foi revisado para substituir a tradicional “gotinha”, a vacina oral contra a poliomielite (VOP), pela vacina inativada contra poliomielite (VIP). Segundo Renan Barreto, a mudança torna a imunização mais segura e eficiente, pois a VIP é feita com vírus inativado, reduzindo a probabilidade de eventos adversos em relação à vacina oral.
“Quase seis anos após o início da pandemia, ainda há famílias que optam por não vacinar os filhos, apesar das evidências científicas sobre a segurança e eficácia das vacinas. Esse comportamento, muitas vezes alimentado por informações incorretas, leva à recusa vacinal e à queda da proteção comunitária”, afirmou o profissional.
Campanha de Multivacinação
Campanha de Multivacinação prossegue até 31 de outubro
A Secretaria da Saúde (Sesa) realiza, até 31 de outubro, a Campanha de Multivacinação para atualizar a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos. A iniciativa é destinada a quem não recebeu todas as doses previstas no Calendário Nacional de Vacinação ou tem esquemas incompletos. A vacina contra a poliomielite é um dos imunizantes disponíveis na campanha.
O pediatra do HIMABA reforçou o apelo para que as famílias atualizem o calendário vacinal de crianças e adolescentes. Para Renan Barreto, as campanhas de vacinação são ações coletivas fundamentais para a imunização e a proteção da população. “Para manter o atual status sanitário do país, é imprescindível que a população continue sendo vacinada. Doenças preveníveis, como sarampo e poliomielite, podem ser evitadas com as vacinas oferecidas pelo SUS”, recomendou Barreto.








