Estudo revela dados sobre suicídio no Espírito Santo
Uma pesquisa realizada no Espírito Santo entre 2016 e 2022 registrou 923 mortes por suicídio, com 73,46% dos casos envolvendo homens. A idade média das vítimas foi de 41,5 anos. Conforme a Organização Mundial da Saúde, desde 2000 houve aumento de 17% nos casos nas Américas.
Cenário nas Américas
As Américas são a única região com crescimento nos números de suicídio desde 2000. Em 2021, mais de 100 mil pessoas tiraram a própria vida, com índices mais altos no Caribe. O fenômeno também avança na América do Norte e nos países do Cone Sul.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) divulgou esses dados e pretende reverter a situação por meio de medidas práticas fundamentadas em ciência. Entre os obstáculos estão a dificuldade de acesso a serviços de saúde mental, o preconceito e a falta de articulação entre instituições.
Estratégias de prevenção
A OMS recomenda ações como controle de métodos letais, cobertura midiática responsável, desenvolvimento de habilidades emocionais em jovens e atendimento rápido a pessoas vulneráveis.
Jarbas Barbosa, diretor da OPAS, enfatizou a necessidade de reformular políticas públicas para salvar vidas. As medidas incluem aprimorar planos nacionais, capacitar profissionais, assistir famílias e combater estigmas com campanhas educativas.
Grupos mais afetados
Dados da ONU indicam maior vulnerabilidade em pessoas acima de 50 anos. Embora os homens liderem as estatísticas, o índice entre mulheres cresceu significativamente nos últimos 20 anos.
Renato Oliveira e Souza, responsável pela área de Saúde Mental da OPAS, ressaltou que a solução exige esforços multissetoriais e engajamento social para implementar políticas eficazes.
Análise capixaba
A médica Kátia Souza Carvalho investigou o tema em sua tese de pós-graduação na UVV, analisando casos no Espírito Santo entre 2016 e 2022. O estudo identificou 2022 como o ano com mais ocorrências (17,44%), seguido por 2020 (15,93%) e 2021 (15,82%). Janeiro apresentou a maior incidência mensal.
Exames toxicológicos detectaram substâncias em 74% das vítimas: álcool (18,1%), anfetaminas (7%), antidepressivos (12%), ansiolíticos (12%), opioides (8,3%) e cocaína (16%). No pós-pandemia houve crescimento acentuado, confirmando tendência nacional.
A pesquisa alerta que psicotrópicos elevaram o risco em 5,1 vezes durante a pandemia, com ansiolíticos e cocaína aumentando as chances em 906,4 e 11,7 vezes, respectivamente. O trabalho defende políticas protetivas baseadas em dados forenses para enfrentar esse desafio de saúde pública.








