O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a disponibilizar, a partir da segunda quinzena de novembro, a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), um dos principais causadores de bronquiolite e pneumonia em crianças menores de dois anos.
A medida, anunciada pelo Ministério da Saúde, visa proteger gestantes e, por consequência, seus bebês nos primeiros e mais críticos meses de vida. A imunização das grávidas permite a transferência de anticorpos para o feto, oferecendo proteção imediata ao recém-nascido.
Por que a vacina é importante?
O VSR é um vírus sazonal, comum no inverno, e representa um risco significativo à saúde infantil:
É responsável por 80% dos casos de bronquiolite e 60% das pneumonias em crianças com menos de 2 anos.
Dados de 2025 mostram um aumento alarmante de 52% nos casos em bebês, na comparação com 2024.
Estima-se que a vacina tenha o potencial de prevenir 28 mil internações por ano no país.
A cada cinco crianças infectadas, uma precisa de atendimento ambulatorial, e uma a cada 50 é hospitalizada no primeiro ano de vida.
O risco é maior para prematuros, cuja taxa de mortalidade é sete vezes maior.
Como será a vacinação?
A estratégia seguirá a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS): uma dose única a partir da 28ª semana de gestação. O Comitê Técnico do Ministério da Saúde avalia a necessidade de novas doses em gestações futuras.
Além da vacina para gestantes, o SUS também incorporou o anticorpo monoclonal nirsevimabe (Beyfortus), que oferece proteção direta aos bebês.
Produção nacional e distribuição
O Brasil passará a produzir o imunizante por meio de uma parceria de transferência de tecnologia entre o Instituto Butantan e a Pfizer.
Até o final de 2025: Serão entregues 1,8 milhão de doses.
Em novembro: Primeiro lote com 832,5 mil doses.
Em dezembro: Mais 1 milhão de doses serão distribuídas.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a medida garante “transferência de tecnologia, incorporação de inovação e geração de emprego, renda e conhecimento ativo no nosso país”.
Alto custo na rede privada
Enquanto no SUS a vacina será gratuita, na rede particular os preços são elevados:
Para bebês: até R$ 3.680.
Para gestantes: em média R$ 1.810.
Para idosos: em média R$ 1.640.
Impacto esperado na saúde pública
Especialistas apontam que a prevenção do VSR terá um efeito cascata no sistema de saúde. O infectologista Renato Kfouri explica que países que já implementaram estratégias semelhantes tiveram uma redução de quase 50% nas visitas a serviços de emergência por qualquer causa, aliviando a lotação de prontos-socorros e UTIs.
A vacina Abrysvo, da Pfizer, foi aprovada pela Anvisa em abril de 2024 e é produzida com vírus inativado, sendo considerada segura e sem efeitos colaterais significantes de acordo com estudos iniciais.








