O tarifaço imposto pelos Estados Unidos em 2025 teve um impacto imediato na indústria brasileira de dispositivos médicos. Os US$ 400 milhões que seriam exportados para o mercado americano neste ano se transformaram em uma venda perdida. Além disso, empresas que investiram em maquinário, certificações e novas áreas de produção, visando exclusivamente os Estados Unidos, agora enfrentam galpões vazios e prejuízos inevitáveis.
Impacto no curto prazo
Paulo Henrique Fraccaro, CEO da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos, afirmou que, no curto prazo, a conta não fecha. Dividir com o importador americano os 40 pontos percentuais extras impostos por Trump é inviável, e repassar o custo sozinho seria um suicídio comercial.
“Redirecionar exportações também não é tão simples. Leva pelo menos um ano para registrar, validar e certificar equipamentos médicos em outros mercados”, destacou Fraccaro.
Possíveis soluções
O setor ainda não recebeu nenhum sinal concreto de apoio. Existe apenas a promessa de um programa de preferência nacional nas compras do SUS, parte do PAC, com R$ 2,6 bilhões reservados.
Nos bastidores, a associação busca transformar a crise em oportunidade, articulando para que o governo modernize a rede hospitalar pública. Fraccaro alerta que a janela de ação é estreita: “Nenhuma empresa do nosso setor fabrica para pôr no estoque. Se o governo quiser fazer uma compra rápida, vai acabar importando — e é exatamente isso que não queremos”.








