O jeito como comemos também importa. Comer devagar, mastigando bem e sem distrações, melhora a digestão e a absorção dos nutrientes. Dormir bem, além dos benefícios já citados, ainda regula hormônios como a grelina e a leptina, que controlam o apetite e a saciedade. Mudanças graduais permitem adaptação, promovem mais adesão e tornam a alimentação saudável parte da rotina, sem sofrimento ou culpa.
Pequenos passos, mas poderosos
Para quem sente que essas mudanças são insignificantes demais, Brusque dá um recado: a saúde funciona como uma escada. Cada escolha é um degrau. E cada degrau leva mais perto do topo, afirma. O segredo é não esperar resultados imediatos. Segundo o especialista em medicina do estilo de vida, melhorias no sono e na disposição podem aparecer em poucos dias. Já indicadores como pressão arterial e colesterol caem após quatro a 12 semanas de prática consistente.
Aprender a valorizar o progresso faz parte do processo, mesmo que pareça pequeno ou lento. Esse reconhecimento muda a química cerebral, reduz o cortisol (o hormônio do estresse) e fortalece a motivação interna.
Para ajudar, Emili Barberino sugere a estratégia do reforço positivo. Ela consiste em registrar cada ação realizada, por menor que seja, e se recompensar emocionalmente por ela. Outra tática é associar o hábito a um propósito maior como saúde, liberdade ou autoestima. Isso dá um sentido emocional ao processo, e o cérebro responde melhor a propósito do que a metas frias, diz.
O que se vê na superfície —uma caminhada curta, uma salada extra, um copo a mais de água— é só a ponta do iceberg. Por baixo, acontecem adaptações fisiológicas, emocionais e neurológicas profundas. Em resumo: seu cérebro aprende que cuidar de si é normal, não excepcional. E isso se reflete em autoestima, energia, produtividade e qualidade de vida.








