sábado, 15 de março de 2025

Nova vacina contra dengue tem vantagens como produção nacional e dose única

O Ministério da Saúde anunciou a primeira vacina nacional contra a dengue, apresentando uma série de avanços significativos. Entre as principais vantagens estão a produção local do imunizante, um aumento considerável no volume de doses disponíveis, um novo esquema vacinal de dose única e a possibilidade de incluir novos grupos na imunização, conforme destaca Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim).

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A vacina, batizada de Butantan-DV e desenvolvida pelo Instituto Butantan, terá 60 milhões de doses entregues no próximo ano. Embora esse número represente um aumento significativo em relação ao que estava previsto anteriormente, o total ainda é insuficiente para vacinar toda a população brasileira. O Programa Nacional de Imunizações deverá, portanto, estabelecer critérios para definir quem receberá a vacina.

Atualmente, a vacina disponível nos postos de saúde é a QDenga, da farmacêutica japonesa Takeda, aplicada apenas em adolescentes entre 10 e 14 anos em áreas com alta incidência de dengue. Doses que estão próximas do vencimento podem ser liberadas para outras faixas etárias.

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Estudos adicionais da Butantan-DV deverão verificar a segurança e eficácia da vacina entre os idosos. Mônica Levi aponta que, embora os adolescentes tenham taxas de internação mais altas, a mortalidade entre idosos é mais preocupante, pois nenhuma das vacinas disponíveis atualmente foi testada em pessoas acima de 60 anos. O projeto da Butantan-DV inclui um estudo para essas populações, o que é considerado um avanço importante.

Uma característica inovadora da Butantan-DV é que se trata do primeiro imunizante contra a dengue que será administrado em apenas uma dose. Essa abordagem simplifica a vacinação, especialmente em adolescentes, quando as campanhas de vacinação costumam enfrentar problemas de adesão em esquemas de múltiplas doses.

Desenvolvida em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Americano e a farmacêutica MSD, a Butantan-DV será totalmente produzida no Brasil, conferindo autonomia ao país. Mônica Levi destaca que essa produção local reduz riscos de desabastecimento e garante que a população tenha acesso a vacinas em momentos de surtos e epidemias.

A vacina Butantan-DV é tetravalente, oferecendo proteção contra os quatro tipos de dengue. Nos últimos testes, alcançou uma eficácia geral de 79,6% e de 89,2% entre aqueles que já foram infectados pela doença. Contudo, ainda está sob avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Embora os benefícios da Butantan-DV sejam promissores, Mônica lembra que seu impacto na população só deverá ser sentido em 2026. Assim, enquanto se aguarda a nova vacina, a prevenção ambiental para controlar o mosquito Aedes aegypti continua sendo essencial.

Importante ressaltar que a dengue não é transmitida de pessoa a pessoa, e, portanto, a vacina não gera a chamada “imunidade de rebanho”. Mesmo com a vacinação, é vital manter as medidas preventivas, especialmente para aqueles que não podem ser vacinados, como gestantes e imunocomprometidos.

No Brasil, o ano atual já registrou mais de 439 mil casos prováveis de dengue, com 177 mortes confirmadas. Embora o número de casos em janeiro tenha sido menor do que o do mesmo período de 2022, ele ainda supera os registros de 2023, reforçando a necessidade contínua de vigilância e prevenção.


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