A relação entre obesidade e aumento do risco de câncer é um tópico de grande relevância na saúde pública. O endocrinologista Fernando Gerchman, professor da UFRGS, compartilha insights valiosos sobre como o excesso de peso pode impactar a incidência de diferentes tipos de câncer.
Um dos principais fatores envolvidos nesse aumento de risco é a resistência insulínica. Esse fenômeno ocorre quando as células do corpo não respondem adequadamente à insulina, o que impede a glicose de entrar nas células de forma eficiente. Em indivíduos com obesidade, a produção de insulina pelo pâncreas aumenta para compensar a resistência, resultando em níveis elevados desse hormônio na corrente sanguínea.
A insulina, classificada como um hormônio anabolizante, desempenha um papel crucial no crescimento e na divisão celular. Quando sua concentração é excessiva, ela ativa as vias metabólicas que podem levar a uma multiplicação celular acelerada. Essa divisão celular rápida pode gerar cópias de células que, por acidente, apresentam mutações malignas. Portanto, quanto mais uma célula se divide, maior a probabilidade de ocorrerem erros durante esse processo, aumentando o risco de desenvolvimento de câncer.
Além disso, é importante entender que essa conexão entre obesidade e câncer não se limita a um único tipo de tumor. Diferentes estudos têm mostrado que a obesidade está associada a uma série de cânceres, incluindo os de mama, cólon e endométrio. Compreender essa relação é fundamental para a implementação de estratégias de prevenção e tratamento, visando não apenas o controle do peso, mas também a redução da incidência de câncer em populações com sobrepeso.
Promover um estilo de vida saudável, que inclua uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios, é essencial para minimizar esses riscos. É imprescindível que se busque informação e orientação profissional para melhorar a saúde e, consequentemente, reduzir os riscos associados à obesidade e ao câncer.








