No último sábado (02/11), a bailarina Isabella Oliveira, de 21 anos, faleceu durante um ensaio para o balé da artista Claudia Leitte. Informações iniciais indicam que a jovem sofreu uma parada cardíaca, possivelmente associada ao lúpus, uma doença autoimune conhecida por potencialmente causar complicações no coração.
O que é o lúpus?
O lúpus é uma doença autoimune e inflamatória que pode afetar diversos órgãos e tecidos do corpo, com implicações significativas na saúde cardiovascular. Segundo o Manual MSD, a prevalência do lúpus é maior em mulheres, afetando cerca de 70 a 90% dos casos, geralmente em fase fértil da vida.
A doença pode se manifestar de forma gradual ou, em algumas situações, de forma súbita e severa. Os sintomas iniciais são variados e muitas vezes não específicos, o que pode dificultar o diagnóstico. Algumas manifestações comuns incluem:
- Febre;
- Emagrecimento inexplicável;
- Queda de cabelo;
- Dores articulares;
- Lesões cutâneas e manchas vermelhas;
- Indisposição geral.
O diagnóstico precoce do lúpus pode ser desafiador, já que os sintomas não aparecem necessariamente ao mesmo tempo. O reumatologista Edgar Baldi Junior detalha que, para a confirmação do diagnóstico, é necessário o exame positivo para anticorpos antinucleares (FAN) e a presença de manifestações em várias partes do organismo.
Complicações cardíacas associadas ao lúpus
Complicações cardíacas são uma preocupação significativa para pacientes com lúpus. O cardiologista Ernesto Osterne, do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), observa que o lúpus pode causar inflamações cardíacas, levando a condições como a cardite lúpica, que pode resultar em insuficiência cardíaca.
Além disso, o lúpus pode afetar as artérias coronárias, aumentando o risco de trombose e infarto, uma condição referida como arterite lúpica. Segundo o especialista, complicações cardíacas podem ser um dos principais critérios para diagnosticar a doença, e no caso de Isabella, infelizmente, podem ter contribuído para o seu falecimento.
Tratamento do lúpus
Apesar de o lúpus não ter uma cura definitiva, a condição pode passar por períodos de ativação e remissão. Com o tratamento adequado, que inclui o uso de medicamentos, é possível gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.