domingo, 24 de novembro de 2024

Especialista explica como a vacinação contra o HPV pode reduzir casos de câncer

O mês de outubro é um momento importante para a conscientização sobre o câncer de mama, mas também traz à tona a relevância do autocuidado e a necessidade de discutir a prevenção de outros tipos de câncer, como o de colo do útero. Uma pesquisa nacional divulgada no último ano pelo Ministério da Saúde, realizada por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), revela que a taxa de infecção pelo HPV (papiloma vírus humano) entre mulheres que já iniciaram a vida sexual atinge 54,4%, enquanto entre os homens, o índice é de 41,6%.

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De acordo com o Dr. Fábio Argenta, diretor médico da Saúde Livre Vacinas, a imunização é uma das ferramentas mais eficazes da medicina moderna. Além de proteger contra infecções, as vacinas desempenham um papel crucial na prevenção de certos tipos de câncer. “Vários tipos de câncer estão diretamente relacionados a infecções virais, bacterianas e até parasitárias. Essas infecções podem provocar mutações celulares ou criar um ambiente favorável ao desenvolvimento de tumores malignos. Ao prevenir essas infecções por meio da vacinação, conseguimos reduzir o risco de aparecimento de alguns tipos de câncer”, comenta.

O especialista destaca que um dos principais avanços na prevenção do câncer foi a introdução da vacina contra o HPV. “Esse vírus é o principal responsável pelo câncer do colo do útero, um dos tipos mais comuns entre as mulheres, especialmente em países em desenvolvimento. Além disso, o HPV está associado a outros tipos de câncer, como o de garganta, ânus, pênis e vulva”, explica.

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Ele ressalta que a vacinação contra o HPV está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) em uma dose, com foco na população entre 9 e 14 anos, além de pessoas com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea e pacientes oncológicos de até 45 anos. A vacina protege contra mais de 200 subtipos do vírus, sendo eficaz contra os tipos 6, 11, 16 e 18.

“É importante lembrar que, mesmo após a iniciação da vida sexual, a vacina continua a ter efeito preventivo. Aqueles que não se enquadram nas faixas etárias do SUS podem optar pela imunização em clínicas particulares, que oferecem a vacina nonavalente, que protege contra mais cinco tipos do vírus: 31, 33, 45, 52 e 58. Essa vacina é indicada para todas as pessoas entre 9 e 45 anos, sendo necessário aplicar duas doses para o público de 9 a 19 anos e três doses para aqueles de 20 a 45 anos. Para indivíduos acima dessa faixa etária, é necessária uma prescrição médica, assim como para pacientes em tratamento. Desde o ano passado, a rede da Saúde Livre Vacinas já aplicou mais de seis mil doses do imunizante”, comenta.

Essa estratégia de prevenção é essencial para a saúde pública, pois protege não apenas os indivíduos imunizados, mas também as comunidades ao seu redor, criando uma barreira de imunidade coletiva. “O mês de outubro ressalta a importância do autocuidado e proporciona um espaço para falarmos sobre as opções de prevenção que fazem toda a diferença”, conclui.

 

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Equipe de jornalismo

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