A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a suspensão da manipulação, venda e propaganda de implantes hormonais manipulados, comumente conhecidos como chips da beleza. A decisão reflete preocupações sobre a segurança desses produtos e será formalizada em uma nova resolução a ser publicada no Diário Oficial da União, o que torna a medida oficial.
Essa ação preventiva foi motivada por denúncias de diversas entidades médicas, incluindo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Essas denúncias relataram um aumento no número de pacientes apresentando complicações de saúde associadas ao uso de implantes que combinam diversos hormônios e, em muitos casos, contém substâncias sem a devida avaliação de segurança.
Desde 2022, a prescrição de terapias hormonais para fins estéticos, tais como o aumento da massa muscular e melhora no desempenho esportivo, já estava proibida, de acordo com uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Os chips da beleza têm sido amplamente utilizados como solução para emagrecimento, alívio dos sintomas da menopausa, combate ao envelhecimento, redução de gordura corporal e aumento da libido. Especialistas alertam que esses implantes podem conter uma mistura variada de substâncias, sendo o mais comum o uso de testosterona ou gestrinona, além de estradiol, oxandrolona, metformina e outras hormonas. A comunidade médica vinha levantando preocupações sobre o uso indiscriminado desses produtos.
A Anvisa também recomenda que os pacientes que estão atualmente utilizando esses implantes consultem seus médicos para obter orientações sobre alternativas de tratamento. Além disso, qualquer reação adversa deve ser reportada ao órgão regulador através de um formulário de notificação disponível em seu site.
A Anvisa já havia publicado um alerta informando que o uso de implantes hormonais para fins estéticos pode acarretar riscos à saúde, uma vez que sua segurança e eficácia para essas aplicações específicas não foram comprovadas. As complicações associadas ao uso inadequado desses produtos incluem elevação dos níveis de colesterol e triglicerídeos, hipertensão arterial, risco de acidente vascular cerebral e arritmias cardíacas. Além disso, efeitos colaterais como hirsutismo, alopecia, acnes, alterações na voz, insônia e agitação também podem ocorrer.
Esse movimento da Anvisa ressalta a importância de um uso responsável e informado de tratamentos hormonais, garantindo a saúde e o bem-estar da população.