A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou esta semana a nova composição das vacinas contra a influenza (gripe) que serão utilizadas no Brasil em 2025. A atualização segue as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que monitora os subtipos do vírus da gripe mais circulantes globalmente, já que o vírus sofre mutações constantes.
Todos os anos, a Anvisa adapta a composição das cepas (tipos de vírus) presentes nas vacinas conforme as recomendações da OMS para o Hemisfério Sul, com o objetivo de aumentar a eficácia da imunização, reduzindo internações e mortes causadas pela gripe.
Durante a 20ª Reunião Ordinária Pública da Diretoria Colegiada da Anvisa, a diretora Meiruze Freitas destacou a importância dessa atualização para garantir que o Brasil esteja preparado para enfrentar os desafios da influenza, com vacinas que atendam tanto às necessidades regionais quanto globais.
As novas composições aprovadas incluem vacinas trivalentes (que protegem contra três subtipos de vírus), quadrivalentes (quatro subtipos) e uma versão que não utiliza proteína do ovo de galinha no processo de produção. As definições completas estão disponíveis no site da Anvisa.
Pela primeira vez, a Anvisa atualizou a Resolução da Diretoria Colegiada que regulamenta a composição das vacinas contra influenza sazonais no Brasil. A nova norma permite, em caráter excepcional, a utilização de vacinas adaptadas às recomendações feitas para o Hemisfério Norte, especialmente em regiões com perfis epidemiológicos distintos, como o Norte do Brasil.
Essa autorização abrange tanto as vacinas comercializadas quanto as usadas na Campanha Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde, que prioriza grupos de risco, como idosos, gestantes, crianças, profissionais de saúde e pessoas com comorbidades.
A flexibilização na estratégia de vacinação busca garantir o acesso a vacinas seguras e eficazes, considerando as condições climáticas e epidemiológicas de cada região do Brasil. A diretora Meiruze Freitas destacou que, no Norte do país, o chamado “inverno amazônico” — período entre novembro e maio, com chuvas intensas e temperaturas mais amenas — favorece a maior circulação do vírus da gripe, o que exige uma abordagem específica.
Desde 2023, o Ministério da Saúde tem ajustado sua estratégia de imunização para atender às particularidades da região Norte, onde doenças respiratórias, como a influenza, tendem a se intensificar durante esse período.
As vacinas contra influenza disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são testadas e seguras. Em 2024, a Campanha de Vacinação priorizou grupos de risco, com a meta de reduzir a sobrecarga do sistema de saúde, especialmente diante da possibilidade de circulação simultânea de outras doenças respiratórias, como covid-19, bronquite e pneumonia.