segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Gaslighting: especialista ensina a identificar e enfrentar a prática prejudicial

Nos últimos dias, o participante Davi tem provocado debates nas redes sociais após iniciar uma discussão com a participante Isabela, destacando que não gostou da maneira como ela o tratou após a realização da dinâmica. Por conta desse comportamento, o baiano tem sido acusado de gaslighting. Embora no programa Big Brother eles sejam apenas amigos, na vida real, esse comportamento, quando aplicado de outras formas, pode até se configurar como crime. Você sabia que o gaslighting pode ser enquadrado na Lei Maria da Penha?

Continua após a publicidade

Layla Freitas, advogada criminalista e pesquisadora em gênero e raça pela Ufes, esclarece que o termo gaslighting refere-se a uma forma insidiosa de violência psicológica na qual o agressor manipula a percepção da vítima da realidade, levando-a a duvidar de sua sanidade mental de suas próprias memórias. “Esta prática, quando ocorre dentro do relacionamento, é reconhecida como uma das formas de violência doméstica, enquadrando-se nas disposições da Lei Maria da Penha”, explica Layla.

De acordo com dados alarmantes, o Espírito Santo é o 5° estado do país com a maior proporção de mulheres, com 18 anos ou mais, que são vítimas de violência psicológica, física ou sexual.

Continua após a publicidade

De acordo com a legislação, violência doméstica e familiar contra a mulher abrange qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause sofrimento físico, sexual, psicológico, dano moral ou patrimonial. Segundo a especialista, o gaslighting se encaixa perfeitamente nesse contexto, pois mina a autoestima da vítima, induzindo-a a questionar sua própria lucidez e a validade de suas percepções.

Identificar esse tipo de agressão psicológica pode ser desafiador, uma vez que suas táticas são frequentemente sutis e manipuladoras. Layla destaca que geralmente a vítima é culpabilizada e rotulada como “louca”, enquanto o agressor mantém uma postura de convicção em suas mentiras. “Isso cria uma dinâmica de dependência emocional da vítima em relação ao agressor, tornando ainda mais difícil romper o ciclo de abuso”, explica.

Segunda a advogada, comprovar documentalmente a violência psicológica pode ser um desafio, pois muitas vezes ocorre de forma oral e privada. “Nesses casos, mensagens de texto e voz podem servir como evidência, assim como testemunhas que presenciaram o abuso”.

Layla ressalta também que é crucial acreditar na palavra da vítima, especialmente quando se trata de violência doméstica, onde os casos muitas vezes acontecem em segredo. “Nesse contexto, a voz da vítima deve ser levada a sério”, completa.

Continua após a publicidade

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Vitória, ES
Amanhecer
04:52 am
Anoitecer
06:04 pm
24ºC
Chuva
0mm
Velocidade do Vento
5.14 km/h
26/11
Ter
Mínima
21ºC
Máxima
25ºC
27/11
Qua
Mínima
20ºC
Máxima
28ºC
28/11
Qui
Mínima
22ºC
Máxima
29ºC
29/11
Sex
Mínima
23ºC
Máxima
31ºC
Colunistas
Cristiane Martins

Novembro Negro: reflexão, resistência e empoderamento das mulheres negras

Leia também