A produção textual no Exame Nacional do Ensino Médio tem grande relevância: influencia a pontuação final e pode ser determinante para uma boa classificação. Alcançar a excelência exige não apenas domínio da estrutura dissertativo-argumentativa e atenção aos critérios de correção, mas também o uso adequado da criatividade.
Victor Haony, especialista em educação inovadora da Mind Makers, diz que a metodologia do pensamento computacional, prevista na Base Nacional Comum Curricular, é um recurso valioso para aprimorar a criatividade e consolidar argumentos bem fundamentados.
“Elaborar uma redação sempre representa um desafio para os estudantes. Utilizamos uma abordagem ‘algorítmica’, baseada no pensamento computacional, um método organizado e lógico para solucionar problemas, que permite planejar estrategicamente o texto”, explica o especialista.
Segundo ele, esse raciocínio deve ser incentivado desde o ensino básico, pois oferece ferramentas que ampliam a criatividade na escrita e fortalecem a autoconfiança durante a prova. A seguir, cinco estratégias para desenvolver uma redação mais inventiva para o Enem.
1. Fragmentação do assunto
O primeiro passo recomendado pelo pedagogo é dividir o tema em partes menores, como origens, efeitos e possíveis soluções. Essa decomposição permite examinar a questão de forma ampla. Assim, o aluno evita uma visão única, amplia seu repertório cultural e constrói argumentos consistentes.
2. Identificação de modelos
Outra sugestão é estudar redações que obtiveram nota máxima para identificar padrões de argumentação. Assim, o estudante compreende como a tese é desenvolvida, que técnicas sustentam os argumentos e como se constrói a conclusão. Com isso, cria-se um “modelo” de escrita que pode ser adaptado com originalidade ao tema proposto.

3. Filtragem de conceitos por abstração
Victor Haony ressalta que nem todo conteúdo conhecido pelo estudante deve ser incluído no texto. A abstração, elemento central do pensamento computacional, ajuda a escolher apenas o que é relevante para sustentar a tese. Ao escolher referências bibliográficas, cinematográficas, jornalísticas ou históricas, o aluno aperfeiçoa a capacidade de selecionar elementos significativos para o tema, evitando excessos e digressões. Essa seleção favorece objetividade e originalidade.
4. Desenvolvimento de sequência textual
Organizar previamente a estrutura da redação é eficaz para sistematizar as ideias. Um roteiro que funcione como algoritmo (apresentação, primeiro argumento, segundo argumento, finalização) assegura coerência e gera segurança na argumentação. “Essa sistematização permite concentrar-se em propostas criativas e soluções inovadoras, sem perder a lógica textual exigida na avaliação”, enfatiza o educador.
5. Experimentação e aprimoramento
Tratar o texto como um protótipo é uma prática eficiente para melhorar o desempenho. Produzir rascunhos, testar abordagens diferentes e corrigir falhas ajuda a aperfeiçoar pontos frágeis. “Cada revisão funciona como um refinamento do ‘código’, permitindo ao aluno polir argumentos, explorar referências menos convencionais e tornar a proposta de intervenção mais original e bem fundamentada”, conclui o assessor pedagógico.








