18 de dezembro de 2025
quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Como adaptar plantas ao calor dos apartamentos

Residir em um apartamento quente não impede ter plantas; com manejo adequado, elas amenizam a temperatura interna, trazem frescor estético e promovem bem-estar físico e mental. No entanto, as altas temperaturas exigem atenção constante, pois o calor permanente acelera processos fisiológicos das plantas e pode comprometer sua saúde sem os cuidados necessários.

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Além de embelezarem os ambientes, as plantas ajudam a purificar o ar, reduzem o estresse e tornam os espaços mais acolhedores. Em apartamentos muito quentes, especialmente os expostos ao sol forte por vidros e com pouca ventilação, o cultivo precisa ser planejado para manter esses benefícios ao longo do tempo.

Os principais desafios do cultivo em ambientes muito quentes

Segundo os paisagistas Cleber e Arthur Depieri, o desafio principal é conciliar níveis adequados de luz, ventilação e água. Locais quentes intensificam a perda de umidade do substrato e das plantas, aumentando a probabilidade de estresse hídrico. A circulação de ar reduzida, típica de apartamentos, favorece a ocorrência de pragas e doenças, sobretudo quando vasos ficam perto de janelas envidraçadas que amplificam o aquecimento.

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Muitas espécies não toleram calor constante, sobretudo se combinam com insolação direta filtrada pelos vidros. Nesses casos, as folhas podem sofrer queimaduras e desidratação, o que prejudica a aparência e o desenvolvimento das plantas.

Água, drenagem e ventilação

Manter plantas saudáveis em ambientes quentes exige manejo cuidadoso da água. Em dias de calor intenso, o substrato perde umidade mais rapidamente, mas isso não justifica regas excessivas. Os paisagistas recomendam verificar a umidade do solo antes de regar, evitando tanto o ressecamento quanto o excesso, que provoca apodrecimento das raízes.

A drenagem eficiente dos recipientes é outro ponto crucial. Vasos com furos adequados e substratos arejados ajudam as plantas a enfrentar o estresse térmico. A ventilação também merece atenção: as plantas precisam de ar em movimento para se manterem saudáveis, embora devam ser protegidas de correntes diretas de ar-condicionado, que secam folhas e substrato rapidamente.

A adubação requer cuidado específico. O paisagista Júlio Sousa ressalta que a nutrição deve ser equilibrada, leve e regular, promovendo vigor sem estimular crescimento excessivo em condições adversas. Em algumas espécies, borrifar água nas folhas ocasionalmente pode ajudar a manter a sensação de frescor, desde que essa prática ocorra em horários de temperatura mais amena.

Como as plantas ajudam no conforto térmico

As plantas influenciam o conforto térmico por processos naturais que, embora sutis em ambientes internos, têm impacto diário. Cleber e Arthur Depieri destacam a evapotranspiração como mecanismo chave: ao liberar vapor d’água pelas folhas, a planta auxilia no resfriamento do ar ao redor. Além disso, as folhas funcionam como barreiras contra a radiação térmica, especialmente quando posicionadas perto de janelas ou áreas muito iluminadas.

Distribuídas adequadamente pelo espaço, as plantas favorecem uma sensação de frescor mais perceptível, principalmente quando agrupadas, pois contribuem para a formação de pequenos microclimas internos.

Espécies que se adaptam melhor ao calor dos apartamentos

A escolha das espécies é determinante em apartamentos quentes. Algumas plantas lidam melhor com temperaturas elevadas e potencializam o conforto térmico do ambiente. Júlio Sousa aponta que plantas de folhas largas, como costela-de-adão e guaimbê, aumentam a evapotranspiração e aliviam a sensação de ar seco, sendo indicadas para locais mais iluminados.

Pleoméle e pau-d’água destacam-se pela resistência ao calor e adaptação a áreas de meia-sombra. A jibóia, por ser versátil e de cultivo simples, contribui para a sensação de frescor em cantos internos com luz indireta e ajuda na qualidade do ar. A hera inglesa também se ajusta a interiores mais quentes, desde que receba luz sem incidência direta, enquanto a peperomia scandens, de folhas em forma de coração e hábito pendente, oferece leveza visual sem exigir cuidados complexos.

O ficus lyrata, por suas folhas amplas, ajuda a formar microclimas mais frescos e prefere locais bem iluminados. O posicionamento adequado potencializa esses efeitos: espécies de maior porte, como ficus lyrata, costela-de-adão e guaimbê, rendem melhores resultados próximas às janelas, enquanto jibóia, hera inglesa e pleoméle se adaptam a cantos mais secos e contribuem para aumentar a umidade relativa.

Ao reunir algumas dessas plantas em agrupamentos, é possível criar “ilhas verdes” que formam áreas naturalmente mais frescas dentro do apartamento, reduzindo a sensação de calor e tornando o ambiente mais acolhedor. Assim, além de favorecerem o conforto térmico, as plantas tornam o espaço mais equilibrado, saudável e agradável visualmente, mesmo em dias de altas temperaturas.

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