Muitas pessoas desejam ter um jardim exuberante em casa, mas poucos sabem que certas plantas ornamentais, quando manejadas de forma inadequada, podem causar danos consideráveis a vasos, pisos e até à estrutura de calçadas e muros.
Embora sejam esteticamente atraentes e resistentes, algumas espécies desenvolvem sistemas radiculares vigorosos e expansivos, capazes de rachar vasos de cerâmica ou deslocar revestimentos de alvenaria. Isso não significa que devam ser evitadas, mas exige cultivo com conhecimento técnico e planejamento cuidadoso.
Sansevieria
Conhecida como espada-de-são-jorge, a sansevieria é uma das plantas mais duráveis no paisagismo tropical; suas folhas eretas e rígidas a tornaram popular em ambientes internos e externos, contudo o rizoma subterrâneo apresenta grande capacidade de expansão e pode romper recipientes quando não há contenção adequada.
Mesmo que a parte aérea pareça crescer lentamente, a propagação subterrânea é rápida e vigorosa. Ao ser plantada diretamente no solo ou em vasos sem barreira, a sansevieria tende a multiplicar-se e a pressionar as bordas do recipiente até trincar o material. A forma mais eficaz de controlar esse comportamento é usar vasos de plástico resistente ou de cimento reforçado e promover divisões periódicas das touceiras.
Zamioculca
Valorizada na decoração pela folhagem vistosa e pela baixa exigência de manutenção, a zamioculca (Zamioculcas zamiifolia) apresenta raízes tuberosas que se expandem lateralmente com força significativa. Ao longo do tempo, essa pressão constante pode fazer o vaso estufar, rachar ou até romper, sobretudo quando o recipiente é de cerâmica ou de plástico fino.
O recomendado é replantar a zamioculca a cada dois ou três anos em vasos mais amplos e profundos. Sinais como elevação do substrato ou deformação do recipiente indicam que as raízes necessitam de mais espaço. Além disso, utiliza-se substrato leve e permeável para evitar a compactação.
Ficus-elástica
Com folhas largas e brilhantes e presença marcante no paisagismo, o ficus-elástica requer atenção especial em ambientes urbanos. Suas raízes são agressivas e vigorosas, expandindo-se rapidamente em busca de nutrientes e podendo provocar rachaduras em pisos, obstrução de tubulações e levantamento de calçadas e muros quando plantado próximo a estruturas.

O maior risco ocorre quando a espécie é cultivada diretamente no solo, sem barreiras físicas ou planejamento do espaço. Recomenda-se o uso do ficus-elástica apenas em jardins amplos ou em áreas distantes das edificações. Se for mantido em vasos, opte por recipientes grandes, de concreto ou de fibra de vidro reforçada, evitando colocá-los sobre pisos sensíveis.
Pata-de-elefante
A pata-de-elefante (Beaucarnea recurvata) é reconhecida pelo tronco largo e bulboso que lembra a perna de um elefante. Apesar do crescimento lento, a planta forma um bulbo robusto na base e raízes vigorosas que, com o passar do tempo, ampliam-se em largura e profundidade, pressionando o interior dos vasos até provocar rachaduras.

O mais adequado é respeitar o ritmo de crescimento da espécie e replantar quando necessário. Mesmo sendo de desenvolvimento lento, a pata-de-elefante precisa de um vaso compatível com o volume do tronco; caso contrário, o crescimento do caule acabará por forçar e romper o recipiente.









