A paralisação dos servidores públicos capixabas começou nesta terça-feira e envolve cerca de 3,8 mil trabalhadores de 14 órgãos vinculados ao governo estadual.
Entre as instituições afetadas estão:
- Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper)
- Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf)
- Departamento de Trânsito (Detran)
- Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema)
- Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger)
- Secretaria de Estado da Cultura (Secult)
- Secretaria de Educação (Sedu)
- Agência de Regulação de Serviços Públicos (Arsp)
- Diário Oficial (DIO)
- Instituto de Atendimento Socioeducativo (Iases)
- Departamento de Edificações e Rodovias (DER)
- Instituto de Pesos e Medidas (Ipem)
A mobilização inclui manifestações e bloqueios na entrada de prédios públicos, como o ocorrido na manhã desta terça-feira na sede da Seger.
Segundo Renata Setúbal, dirigente sindical, a greve foi autorizada em votação no começo do mês e começou formalmente nesta terça-feira. Ela adiantou que novas ações estão previstas para os próximos dias.
Amanhã ocorrerá um encontro formativo sobre as contas públicas. Na quinta, haverá protesto nas proximidades do Incaper e, na sexta, uma reunião ampliada para avaliar a continuidade das paralisações e definir novas estratégias.
Renata Setúbal, dirigente sindical
Razões do movimento paredista
Segundo a liderança sindical, a paralisação decorre de anos de perdas salariais que atingem mais de 50% em determinadas áreas.
“Houve total estagnação nos vencimentos durante a crise sanitária e aumentos inferiores ao índice de preços nos anos seguintes”, declarou a dirigente.
O principal ponto de reivindicação é a revisão dos planos de carreira, medida que, segundo cálculos da entidade, significaria ganho médio de 30% nos vencimentos, com custo inferior a 2% para os cofres públicos.
“A administração reconheceu a exatidão dos valores, mas permanece sem apresentar contraproposta. Evidencia-se total falta de alinhamento”, completou.
Os grevistas também denunciam tratamento diferenciado entre as diversas carreiras do funcionalismo, citando como exemplo os recentes reajustes concedidos a policiais e auditores fiscais.
Impactos nos serviços
Apesar de manter 30% do efetivo trabalhando, conforme exigência legal, o sindicato admite que diversos atendimentos ao cidadão já sofrem alterações.
No Detran, processos como emissão e renovação de CNHs estão sujeitos a demoras. O Incaper e o Idaf suspenderam vistorias e liberações de insumos agrícolas, o que pode prejudicar pequenos produtores.
Nas unidades de ensino, a paralisação afeta principalmente os servidores administrativos, responsáveis pelo processamento de documentos estudantis.
Esses profissionais exercem funções fundamentais nos bastidores. Sua ausência compromete desde a elaboração de políticas públicas até rotinas burocráticas essenciais.
Renata Setúbal, dirigente sindical
Ela ressaltou que equipes de plantão continuam operando. “A greve é organizada e responsável. Os servidores apenas exigem contrapartida concreta do governo”, enfatizou.
O Executivo ainda não apresentou proposta de ajuste. Em encontro realizado na véspera, o vice-governador afirmou desconhecer detalhes das demandas, prometendo encaminhar o pleito às áreas competentes.
Em comunicado oficial, a Seger informou que, até o momento, não houve interrupção significativa nos serviços prestados à população, mantendo contato permanente com os diversos setores para monitorar a situação.








