Senador e presidente do PP critica Lindbergh Farias e afirma que cobrança do líder do PT na Câmara busca “ocultar a ineficácia”
O chefe do PP, senador Ciro Nogueira (PI), negou ter sido contatado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com a finalidade de articular a retirada da MP alternativa ao IOF nesta quarta-feira (8.out.2025). A medida provisória 1.303 de 2025 ofereceria ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receitas adicionais de R$ 10,55 bilhões em 2025 e R$ 20,89 bilhões em 2026, ano eleitoral.
Ciro reagiu às declarações do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), que o acusara de se aliar ao governador para barrar a proposta e de haver quebrado um acordo. O senador negou qualquer pacto e afirmou que Lindbergh distorce os fatos para encobrir sua falta de eficiência e de comando no Congresso.
Tarcísio, em comunicado à imprensa, também negou ter interferido na tentativa de afastar o texto. Segundo o governador, a atenção está voltada às demandas e aos desafios de São Paulo, com diversas ações e prioridades em curso; o tema, disse ele, é competência do Congresso.
O governador paulista decidiu que, por ora, o mais adequado é permanecer no Palácio dos Bandeirantes e disputar a reeleição em 2026. Ele aparece como o principal sucessor político de Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível e cumprindo prisão domiciliar.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou ter solicitado apoio de Tarcísio de Freitas para mobilizar parlamentares contra a medida provisória. Após a votação, disse que havia pedido auxílio ao governador desde o dia anterior, relatando várias conversas nas últimas 24 horas.
De acordo com Sóstenes, o governador mantém diálogo com presidentes de partidos e teria trocado mensagens com alguns deles. O deputado afirmou ainda ter tratado pessoalmente com o presidente do PL, Valdemar.
Foram registrados 251 votos a favor e 193 votos contra a retirada da MP da pauta do plenário, o que impediu a análise do mérito da proposta. Como a medida perde validade à meia-noite desta quinta-feira (9.out), não será possível apreciá-la em outra sessão, mesmo que ainda precisasse tramitar no Senado.
ENTENDA O CASO
Mais cedo, o relator da matéria, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), afirmou a jornalistas que uma campanha contra a MP teria começado quando Tarcísio decidiu lançar sua pré-candidatura à Presidência da República.
Segundo Zarattini, a partir dessa decisão teria se iniciado uma movimentação contra a medida provisória sem qualquer base técnica, tributária ou orçamentária.
Lindbergh acusou o governador de articular com Ciro Nogueira e com o presidente do União Brasil, Antônio de Rueda, para derrubar a MP do IOF.
O líder petista disse ser necessário denunciar a atitude do governador paulista, que estaria contatando diretamente parlamentares e lideranças para angariar apoio à rejeição da medida provisória, citando a participação dos líderes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio de Rueda.







