Classificada pelo governador Cláudio Castro como a maior já realizada no Rio de Janeiro, a operação nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou policiais e suspeitos mortos, teve como destaque o uso, por parte de criminosos, de drones para lançar explosivos contra as equipes. Em entrevista coletiva no começo da tarde, o governador qualificou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 635, a chamada ADPF das Favelas, de “maldita” e responsabilizou a ação, que tramita há cinco anos, pela dificuldade que os policiais enfrentaram para acessar vias nos conjuntos de favela nesta terça-feira, citando “muitas barricadas” pelo caminho.
Castro afirmou que persistem o que classificou de “filhotes” da ADPF e disse que o estado sofreu prejuízo por iniciativa do partido que a ingressou, em referência ao PSB, autor da ADPF 635 em 2020, que impôs restrições às operações em favelas durante a pandemia. O governador criticou a incoerência de limitar certas ações policiais enquanto criminosos podem empregar drones com bombas, ressaltando que a politização da segurança pública penaliza os agentes que arriscam suas vidas.
O governador também apontou como consequência da ADPF o aumento de traficantes vindos de outros estados, abrigados em comunidades do Rio; alguns foram alvos da megaoperação desta terça-feira, cujo balanço será divulgado ao final do dia.
Sem ‘briga política’
Castro disse concordar com a declaração da porta-voz da Polícia Militar, que na véspera afirmou que o conflito entre facções extrapola a capacidade de ação das polícias estaduais. O governador cobrou apoio do governo federal, especialmente o envio de blindados das Forças Armadas, e afirmou ter recebido repetidas negativas da União sobre esse tipo de auxílio.
Ao longo de um pronunciamento de cerca de meia hora, o governador enfatizou que não se trata de uma disputa política:
“Trata-se, na verdade, de um apelo por apoio. As forças de segurança do Rio de Janeiro estão isoladas.”








