O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira (25), que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi induzido a acreditar em “uma mentira” sobre a suposta perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil. Lula enfatizou que a questão não envolve apenas sua administração, mas sim a Justiça brasileira. “Bolsonaro não é um problema meu, é um problema da Justiça”, declarou durante um evento em Osasco (SP).
Lula argumentou que a situação de Bolsonaro não se trata de perseguição, mas de um julgamento justo. O presidente lembrou que Bolsonaro tentou desestabilizar o país e até planejou um ataque contra ele, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre Moraes, conforme evidenciado por delações.
Proposta de Negociação
Lula expressou sua disposição para negociar a taxação de 50% imposta pelos EUA sobre as exportações brasileiras. “Se Trump tivesse me contatado, eu certamente explicaria a situação do ex-presidente”, afirmou, enfatizando a importância do diálogo.
Tarifas e Diálogo Diplomático
No dia 9 de julho, Trump enviou uma carta a Lula informando sobre a imposição da tarifa a partir de 1º de agosto, citando a situação de Bolsonaro e pedindo a sua anistia. Em resposta, Lula acionou o vice-presidente Alckmin e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com a tarefa de encontrar uma solução diplomática. Um comitê também foi estabelecido para discutir as taxações com o setor produtivo.
“Trump, quando você estiver pronto para conversar, o Brasil estará preparado para esclarecer as informações que você recebeu e mostrar a verdade sobre nosso país”, disse Lula. Ele ressaltou que a comunicação deve ser respeitosa, pedindo que Trump trate o Brasil com a mesma consideração que ele demonstra pelos Estados Unidos.
Regulamentação das Big Techs
Trump também citou os “ataques contínuos” do Brasil a empresas digitais dos EUA e a suposta censura às redes sociais, como motivos para as tarifas. Lula, por sua vez, defendeu a regulamentação das grandes plataformas digitais, destacando a necessidade de respeitar as leis brasileiras e proteger a democracia.
Além disso, Lula refutou a alegação de prejuízo comercial dos EUA com o Brasil, citando o superávit americano nas relações comerciais ao longo dos últimos 15 anos. “Estamos aqui querendo negociar, não reclamar”, destacou.
Próximos Passos
O presidente finalizou dizendo que, embora esteja calmo em relação à situação, o Brasil tomará as devidas providências. O governo estuda a possibilidade de responder ao aumento de tarifas com a Lei de Reciprocidade Econômica, mas antes pretende exaurir todas as vias de diálogo.
Lula ainda destacou o papel do vice-presidente na negociação, ressaltando suas qualidades diplomáticas e expressando confiança na razão do Brasil nesta disputa.









