Após uma conversa com moradores da Favela do Moinho, em São Paulo, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, anunciou que um acordo entre o governo federal e o governo estadual, firmado há pouco mais de um mês, está avançando para oferecer moradia digna à população local. A proposta será revelada em um evento programado para amanhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fase de Implementação
O ministro destacou que estamos entrando em uma nova fase, focada na implementação do acordo que visa solucionar as questões habitacionais da comunidade. Ele mencionou que o terreno atualmente ocupado pela Favela do Moinho será destinado ao uso público, contribuindo para o desenvolvimento da cidade.
Processo de Remoção
Em abril, o governo estadual começou um processo de remoção forçada dos moradores sob o argumento de criação de um parque e da estação Bom Retiro. Atualmente, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) está promovendo a requalificação da região, planejando o Parque do Moinho e a remoção das cerca de 800 famílias que lá residem, prometendo que elas serão acolhidas em lares dignos.
Acordo de Moradia
O governo federal e o estadual estabeleceram um acordo que prevê que cada família da Favela do Moinho receberá até R$ 250 mil para a compra de uma casa. O governo federal destinará R$ 180 mil e o estado, R$ 70 mil, garantindo que os moradores não precisem financiar a compra. Enquanto a mudança não ocorre, as famílias terão acesso a um aluguel social de R$ 1,2 mil.
Experiências de Moradores
Uma moradora de 64 anos, que vive há 31 anos no local, expressou esperança com o acordo, já que a realidade financeira a impede de alugar um imóvel na cidade. Ela enfatizou a importância de conseguir uma moradia digna, ao invés de depender de aluguéis.
Desafios para Comerciantes
Representantes da Associação dos Moradores da Favela do Moinho também levantaram preocupações sobre o comércio local. Os comerciantes foram cadastrados pela prefeitura para uma possível indenização, mas ainda não houve avanços significativos no processo, segundo o comerciante Edenildo Laurentino da Silva, que pediu por uma indenização justa para melhor se reerguer após a mudança.
Alinhamento nas Questões Locais
Yasmin Moja Flores, presidente da associação e moradora há 24 anos, ressaltou que a reunião com o ministro foi crucial para alinhar pautas ainda não abordadas no acordo. A preocupação com a possibilidade de ações policiais foi um dos tópicos discutidos, com o compromisso de que tudo se desenrolará pacificamente até que cada morador tenha sua casa.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ainda não confirmou presença no evento de anúncio marcado para amanhã.