Emmanuel Macron, presidente da França, enfatizou a necessidade de melhorias no acordo entre Mercosul e União Europeia (UE) durante uma declaração recente. Entre as sugestões apresentadas, estão a inclusão de cláusulas-espelho e de salvaguarda, especialmente nos termos relacionados à produção agrícola. As cláusulas-espelho implicam que as regras de produção aplicadas na UE também sejam exigidas para produtos importados do Mercosul.
Desigualdade Regulatória
Macron destacou a diferença nas regulamentações entre a Europa e os países do Mercosul, afirmando: “Proibimos os nossos agricultores de utilizarem agrotóxicos para respeitar mais o meio ambiente. Mas os países do Mercosul não estão no mesmo nível de regulamentação.” Essa disparidade não diz respeito apenas à competitividade, mas também à conformidade com as normas ambientais.
Apoio do Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve com Macron, solicitou seu apoio para concluir o acordo entre a UE e o Mercosul. Lula enfatizou que o Brasil assumirá a presidência do Mercosul e que não se afastará dessa liderança até que o acordo seja finalizado.
Resistência e Perspectivas
Lula comentou que o acordo, que vem sendo negociado há mais de 20 anos, enfrenta resistência, principalmente da França, devido a preocupações ambientais. Ele criticou a postura protecionista da França em relação aos seus interesses agrícolas, sugere que é vital uma negociação equilibrada entre as duas partes.
Compromisso Ambiental
O presidente brasileiro reafirmou o compromisso do Brasil em reduzir o desmatamento e gerenciar adequadamente seus biomas, afirmando que a vastidão do território nacional representa um desafio, mas que ele é tratado com responsabilidade.
Diálogo e Cooperação
Lula propôs um diálogo entre os agricultores de ambos os países para facilitar a cooperação e dissipar qualquer dúvida sobre a complementaridade de suas agriculturas. A busca por uma mesa de negociação foi destacada como um passo fundamental.
Visita Oficial e Acordos Bilaterais
Essa visita marca um momento significativo, já que a última de um chefe de Estado brasileiro à França ocorreu há 13 anos. Durante a visita, foram firmados 20 atos bilaterais em diversas áreas, como saúde, segurança pública, educação e ciência.
Desempenho Comercial
Lula apontou que o comércio entre os países teve uma queda em 2024 em comparação a 2012 e expressou a necessidade de um avanço significativo para reverter essa situação. O comércio bilateral atualmente gira em torno de US$ 9,1 bilhões, com a França sendo o terceiro maior investidor no Brasil.
Amanhã (6), está programada a participação do presidente no Fórum Econômico Brasil-França, reunindo líderes empresariais e autoridades de ambos os lados.